O candidato ao Senado Federal pelo PSC, Genival Oliveira, foi o 10º a participar da série de sabatinas com candidatos ao Senado pelo Piauí nas Eleições de 2018, no Jornal Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta sexta-feira (06/09).
Já foram sabatinados Francisco das Chagas, Quem Quem, candidato pelo Avante; Marcos Vinicius Cunha Dias(PTC), candidato pela coligação de Dr. Pessoa (Solidariedade); Marcelo Castro, candidato pela coligação de Wellington Dias (PT); professor universitário Paulo Henrique, candidato pela Rede; Frank Aguiar, candidato também pela coligação de Dr. Pessoa; Jesus Rodrigues, candidato pelo PSOL; professor Fausto Ripardo, candidato pelo PCB e o ex-governador Wilson Martins, candidato pelo PSB e Flávia Barbosa, candidata pela coligação de Elmano Férrer.
Genival Oliveira espondeu perguntas dos jornalistas Arimatéa Carvalho, Samantha Cavalca, Efrém Ribeiro e do apresentador Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, a candidato respondeu questionamentos enviados por telespectadores. A sabatina teve duração de 30 minutos.
Amadeu Campos: Candidato, por que o senhor se considera preparado para representar o Piauí no Senado Federal?
Genival Oliveira: Olha, Amadeu, eu trabalhei como jornalista, jornalista de TV durante 30 anos e boa parte desse tempo como repórter, então eu sou uma pessoa que conhece profundamente os problemas do piauiense, vivenciei isso, mostrei por muito tempo na televisão e entendo que agora posso contribuir de uma forma mais efetiva, ajudando a solucionar esses problemas. Me sinto preparado para isso e entendo que a população começa a compreender que o Piauí e o Brasil precisa de uma nova geração de homens públicos, comprometidos com a população e que tenham um olhar diferenciado para as pessoas, e não a interesses próprios ou de grupos políticos e econômicos.
Samantha Cavalca: Candidato, acabamos de mostrar a Pesquisa Amostragem, em parceria com o Grupo Meio Norte de Comunicação, e que mostra que o senhor não está bem. Nós percebemos que há os favoritos, mas o senhor nem na questão mediana está, então o senhor é candidato só para levantar uma bandeira, colocar seu nome para as próximas eleições ou tem realmente esperança que consiga ocupar uma vaga na Senado Federal?
Genival Oliveira: As próximas eleições evidentemente que são importantes, é um foco de muitos candidatos, inclusive o meu. Mas eu tenho, sim, não só a esperança, mas a certeza que a população aos poucos vai compreender a minha mensagem, a mensagem do PSC, que é de gerar oportunidades para os piauienses, gerar emprego, gerar riquezas porque é disso que a nossa população precisa, e vai entender que nós vivemos uma crise de governança e de moralidade e que precisa de homens compromissados para resolver essas questões.
Refrém Ribeiro: Candidato, eu vejo muito seu discurso contra a corrupção. O senhor, como jornalista, consegue separar política da corrupção? O senhor é conhecedor da história, conhece fatos e fatos, então acha que é possível político não ser corrupto?
Genival Oliveira: Eu acho que sim. Eu acho que é possível, sim, o político não ser corrupto. Efrém, entenda por favor, uma população elege alguém que vai para Brasília, no caso do Congresso, representá-la e a população espera que esse representante faça isso com dignidade. Ele não pode, de forma alguma, se deixar corromper, se deixar contaminar por esse vírus da corrupção. Eu acho que isso é algo muito pessoal, entendeu? Eu, por exemplo, tenho certeza absoluta e faço esse compromisso com os piauienses desde o primeiro momento, que não vou me deixar corromper com isso. Eu acho que essa é uma questão ética, moral de cada pessoa, e eu acho perfeitamente que há homens sérios, comprometidos com a população, comprometidos com o segmentado e que foram seu mandato e que não vai se deixar contaminar por essa corrupção, por essa prática tão vergonhosa que tomou conta do Brasil e que prejudica tanto a nossa população.
Arimatéa Carvalho: Jornalista, o senhor defende uma Reforma Política no Brasil. O senhor acredita que essas é uma das principais reformas que precisam ser feitas, inclusive já disse isso em entrevistas. Eu gostaria de entender em que termos essa reforma se daria e por que o senhor aponta a Reforma Política como tão essencial?
Genival Oliveira: É essencial porque ela vai normatizar a situação geral do Brasil. Por exemplo, eu não consigo compreender, eu entendo que essa Reforma, ela precisa ser mesmo radical, porque há questões que são incompreensíveis, por exemplo, o gasto do Fundo Partidário, o dinheiro do povo sendo gasto de uma forma tão imensa, tão exorbitante. Por exemplo, a questão dos gastos privados, individuais de cada candidato, o que se vê por aí são campanhas milionárias, com dinheiro, com recursos muitas vezes de origens duvidosas, com suspeitas sérias de origens escusas mesmo, e a gente precisa dar um basta nessas questões. Eu acho que ela é importante, exatamente por isso: porque vai tornar o processo democrático mais competitivo. É impossível um candidato ter competitividade com quem está no poder, com quem tem esse derrame de recursos em uma campanha eleitoral. Então eu acho que tudo no Brasil vai começar a melhorar a partir de uma Reforma Política séria, que leve em conta o brasileiro.
Amadeu Campos: Quais serão as bases dessa Reforma? O senhor está dizendo que há gasto em campanha, esse é o foco ou há outros?
Genival Oliveira: Não, eu acho que essa questão é importante, fundamental. Mas existem outras questões que pediam ser vistas e precisam ser normalizadas para que possa avançar.
Efrém Ribeiro: O senhor é do Conselho do Partido Cristão, então vai votar contra o aborto?
Genival Oliveira: Olha, eu acho que o meu partido tem suas posições e eu Genival Oliveira, como cidadão, tenho as minhas posições também e que são importantes e a população precisa entender. Sobre essa questão do aborto eu sou favorável a lei, ao que diz a lei e é a lei que a gente deve seguir e respeitar.
Amadeu Campos: A lei que está hoje, sem mudanças?
Genival Oliveira: Exatamente, sem mudança. Essa é a que eu respeito.
Efrém Ribeiro: Qual é a lei?
Genival Oliveira: Em casos específicos de estupro, nessa questões em que o aborto é aceitável, eu acho que se deve seguir o que está na lei.
Refrém Ribeiro: Então não avança, não descriminaliza o aborto?
Genival Oliveira: Não!
Samantha Cavalca: Então a mulher que comete o aborto, por qualquer questão, por ela ter um problema financeiro, por exemplo, porque ela foi abandonada, desempregada e então ela tem que ser criminalizada?
Genival Olivera: Não. Eu entendo assim, a vida, a vida…É que precisa ser respeitada.
Samantha Cavalca: E a vida daquela mulher?
Genival Oliveira: Também é importante. Eu acho que cada caso é um caso. Cada caso deve ser visto com suas particularidades, suas especificidades.
Samantha Cavalca: Então é não tratar como caso de saúde pública e judicializar cada caso? Mas tratar caso com a amorosidade da justiça, por exemplo, a mulher que está nessas condições, a criança nasce e não se resolve. Então esse é um questionamento que as pessoas que são a favor dessa pauta fazem.
Genival Oliveira: É…Mas eu acho que devemos, sim, encontrar saídas, encontrar alternativas porque não se pode sair condenado todo mundo sem observar essas peculiaridades.
Samantha Cavalca: Por exemplo, uma mulher que foi abandonada, que não tem recursos e que não teve acesso aos meios, o Estado dará suporte a essa mulher? Nenhum método contraceptivos é seguro 100%. Ela teria o apoio do Estado?
Genival Oliveira: Eu acho que deve ter, sim. A gente deve proteger, sim, a mulher. Eu acho que o Estado tem que dar as garantias para essa pessoa para que ela possa, a questão não é ter ou não ter filho, é de ela ter condições de sobreviver, sobreviver com o seu filho. Eu acho que essa é uma responsabilidade do Estado. É o que está faltando no Brasil, no piauiense esse olhar para as pessoas, dar oportunidades, condições para que as pessoas possam ter sua sobrevivência digna. Viver com dignidade.
Arimatéa Carvalho: Candidato, hoje há uma discussão no Brasil para haver uma flexibilização no acesso as armas por parte da população, nem que seja restrito dentro de sua casa, o porte de arma restrito dentro do imóvel onde ele habita. Eu gostaria de saber o seu posicionamento sobre esse tem da segurança pública.
Genival Oliveira: Olha, Ari, eu sou contra. Eu acho que essa questão de armamento, não é com arma que se resolve nada. Eu acho que o Estado tem é que ter responsabilidade de garantir segurança ao nosso cidadão. No caso do Piauí, por exemplo, o que é que se vê: um efeito pequeno, falta de policiais nas ruas; esse efetivo da Polícia Militar, que tem obrigação de fazer uma fiscalização ostensiva de combater o crime de forma mais ostensiva, está hoje em torno de 5. 500 mil homens, muitos dos quais se aposentando para sair dos quadros. Eu não acho que o Estado deve armar o cidadão. Ele deve, sim, é possibilitar, é garantir de fato a segurança de todos nós. E essa é uma pauta que hoje nos preocupa profundamente, preocupa todos nós piauienses, brasileiros, e a gente tem que cobrar cada vez mais das autoridades essa responsabilidade.
Efrém Ribeiro: O senhor é a favor ou contra a pena de morte? E a prisão perpétua?
Genival Oliveira: Olha, pena de morte, prisão perpétua são questões que tem que ser muito bem discutidas, porque acredito que quando se tem uma segurança absoluta daquele crime que possa levar a isso, eu particularmente como cidadão, eu Genival Oliveira, eu sou a favor. O que eu temo são as injustiças, se cometer erros. Mas se há uma certeza absoluta de que chocou, que foi hediondo.
Samantha Cavalca: Então senhor não acredita na ressocialização?
Genival Oliveira: Acredito. Acredito, sim. Acredito, sim, na ressocialização. Mas eu acho que em alguns casos, e é essa é uma opinião minha, eu acho que a pena de morte, ela seria algo importante.
Amadeu Campos: E quais seriam esses casos?
Genival Oliveira: Eu acredito eu quem casos em que alguém comete crimes bárbaros, que atenta contra a coletividade de uma forma tão assustadora, como ocorreu aqui, por exemplo, em Castelo do Piauí.
Amadeu Campos: Chacinas?
Genival Oliveira: Exatamente, chacinas. Um cidadão que entra em escolas e mata toda uma população de estudantes, professores e todos mais, eu acho que são casos em que precisam ser observados de uma forma muito particularizada.
Samantha Cavalca: Candidato, mas em relação a pena de morte os críticos dizem o seguinte: a maioria da população carcerária do Brasil é de baixa renda, então se for aprovada a pena de morte, se por acaso ocorrer uma mudança constitucional, quem vai continuar sendo penalizado são os pobres. O que o senhor acha?
Genival Oliveira: É aí que está a questão, se deve ter um cuidado absoluto. Não se pode sacrificar a população pobre. Eu sou um defensor, que se defenda efetivamente os mais pobres, aqueles que estão desprotegidos. Eu, como senador, vou estar trabalhando por essas pessoas, eu tenho compromisso com essas pessoas.
Amadeu campos: O senhor disse em campanha que quer ser o primeiro senador negro da história do Piauí. Esse é um tema que o senhor vai ter como prioridade no mandato?
Efrém Ribeiro: O senhor já sofreu discriminação?
Samantha Cavalca: O senhor é a favor das cotas raciais?
Genival Oliveira: O Brasil, infelizmente, ainda tem uma sociedade muito estruturada no preconceito, na discriminação, a gente sabe. O racismo é um fato, e não tem como a gente camuflar isso. Eu, Efrém, ao longo da minha vida como jornalista, como cidadão eu nunca senti isso pessoalmente. Mas tenho consciência de que o que existe no Brasil é um preconceito muitas vezes velado, que não é manifestado, e que chega a ser realmente algo humilhante. Eu acho que se deve dar oportunidade para todos. Eu não tenho uma opinião muito formada em relação a cotas, mas eu acho que se tem é que dar oportunidades para todos os cidadãos, independente da cor da pele dele.
Samantha Cavalca: O senhor falou em oportunidade, mas as costas não seriam uma das maneiras de comparar, equiparar essas oportunidades, de população rica com população pobre, população branca com a população negra?
Genival Oliveira: Olha, Samantha, eu sinceramente não sou favorável a políticas públicas compensatórias. Eu sou favorável, sim, que se der oportunidade iguais.
Samantha Cavalca: Mas a gente sabe que oportunidades iguais não ocorre de uma hora para outra. Existe uma questão de estruturação na saúde, educação, segurança pública para que as pessoas, independente de sua cor, orientação sexual, classe social, elas consigam ter essas oportunidades iguais. As cotas, elas chegam exatamente para sanar, tanto é que elas não tem caráter definitivo. Elas são provisórias.
Amadeu Campos: Um dos argumentos de quem defende é a “dívida que o Brasil tem por 300 anos de escravidão”.
Genival Oliveira: Exatamente. É…Eu tenho uma posição diferente. Eu acho que o que se vê é realmente é maus-tratos a nossa população, desrespeito a nossa população, no passado e no presente. Essas velhas práticas existem aí na nossa política, é que causam essas diferenças, essas distancias entre os brasileiros, entre os piauienses que não são distâncias físicas, são injustiças sociais, econômicas. Eu sou a favor é que se arregace as mangas, que os políticos, parlamentares que hoje pensam muito em seus bolsos, em seus próprios interesses, eles criem vergonha e trabalhem pela população, trabalhem ainda que de alguma forma seja um processo mais demorado, mais lento, como disse a nossa amiga Samanhta, a gente possa realmente reduzir essas distâncias entre os piauienses, entre os brasileiros.Eu trabalhei como repórter como vocês e vi isso muito de perto, e isso provoca em mim uma grande indignação. E acho que antes de se pensar em cotas, em qualquer outra situação, o importante é dar condições para as pessoas para que elas vivam com dignidade, que elas possam gerir a sua vida com suas próprias pernas, que elas tenham chances na vida. Eu acho que é isso que falta.