Alguns postos de combustíveis de Teresina já começaram a praticar os novos preços dos combustíveis reajustados com as novas alíquotas dos Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina, o diesel e o etanol, determinado para compensar as dificuldades fiscais.
Com a medida, a previsão é que haja uma reação em cadeia na economia, por conta dos custos da distribuição de produtos. Além do aumento nos impostos, o governo decidiu cortar R$ 5,9 bilhões em investimentos.
De acordo com o professor doutor em Economia, Antônio Cláudio, este reajuste já era esperado tendo em vista que o Governo Federal precisa reduzir o déficit das contas públicas. Segundo o professor, esta medida é a que traz resultados mais rápidos para o governo.
"Essa já era uma situação mais ou menos prevista. O governo fez uma proposta de repactuação de todos os tributos em atraso, porém, os deputados estão fazendo algumas mudanças nesta proposta e isso vai reduzir a arrecadação do governo e ele precisa chegar ao final do ano devendo, no máximo, R$ 139 bilhões, não pode passar disso. Então, a única saída que o ministro teve foi arrecadar um pouco mais para ficar dentro desse limite e a forma mais rápida que ele arranjou de fazer isso foi justamente aumentar a alíquota do PIS e Cofins dos combustíveis, porque do contrário teria que demitir comissionados, rever contratos e isso demora muito. Como nós temos uma inflação muito baixa, foi uma saída estratégica que ele achou na hora certa”, explicou.
Ainda segundo o professor, o brasileiro irá sentir o reajuste na bomba de combustível e no custo dos produtos que são transportados por via terrestre. Para ele, a previsão é que a partir do mês que vem já haja um aumento no preços dos alimentos.
"O cidadão brasileiro vai sentir isso no bolso, quando for abastecer o carro já vai sentir que vai gastar mais. Quando for o transportador, que transporta alimentos, materiais e insumos para a indústria isso vai aumentar, como aumenta transporte, aumenta o custo e isso reflete no preço final. O aumento dos alimentos nos supermercados, porque todos os nossos alimentos são transportados por transporte rodoviário, então daqui a um mês a inflação talvez chegue quase a 1% no mês, justamente por conta desse aumento”, afirmou.