A professora Leila Lopes de Carvalho, que teve a mão perfurada com uma caneta ao tentar intervir na briga de dois alunos em uma Escola Municipal no Mocambinho, na zona Norte de Teresina, falou com exclusividade ao Agora, da Rede Meio Norte. Ainda bastante abalada, ela conta que se recupera do susto. O aluno que provocou a perfuração tem apenas 10 anos de idade e será transferido para outra escola.
"Um aluno que ia tentar furar o pescoço do colega quando eu levantei a vista que eu vi que ele ia com muita raiva, levantou a mão assim com muita força, quando eu corri e disse: 'não, ele vai matar o colega' porque era para o rumo do pescoço do menino. Eu meti a mão no meio e já vi o sangue jorrar e quando o sangue jorrou eu já fiquei desesperada, nervosa. Eu corri para diretoria para pedir ajuda", contou.
Leila está na escola há quase um mês e revela que a turma onde ocorreu a agressão é bastante 'difícil' por concentrar alunos com problemas de aprendizagem. "A escola junta os alunos mais difíceis, alunos que possuem defasagem de idade, defasagem de aprendizado e junta em uma turma para tentar, de alguma forma, intervir na questão da aprendizagem do aluno, só que quando junta vários alunos agressivos fica muito complicado para o professor", revelou.
A professora levou dois pontos na mão. A lesão foi considerada profunda, segundo os médicos. Este não é o primeiro caso de violência registrado na escola pública.
"Quando eu estava voltando do hospital, a mãe [do aluno] me disse: 'Professora me perdoe, me perdoe pelo meu filho. Eu não ensinei isso a ele que tem esse hábito de fazer isso aí'. Segundo disse ela, foi o pai [da criança] quem ensinou quando ele era menor, disse que quando procurassem conversa com ele, era para ele 'enfiar a faca' e é o que ele está fazendo na sala", desabafou.