O deputado Luciano Nunes (PSDB) , pré-candidato ao governo, concedeu entrevista no Agora da Rede Meio Norte na tarde desta segunda-feira (14). O tucano falou sobre o andamento da pré-campanha e das alianças e articulações políticas. Luciano Nunes falou sobre sua relação com o prefeito de Teresina, Firmino Filho, também do PSDB.
“É uma relação boa, normal. Nós temos uma relação, como eu já repeti várias vezes, de 17 anos”, disse o pré-candidato.
Segundo Samantha Calvaca, integrantes próximos de Luciano afirmam que Firmino se mantém distante de sua pré-candidatura. “Bem, eu não posso falar por integrantes, não sei de quem você está falando. Eu posso dizer que minha relação com o prefeito Firmino, ela é uma relação respeitosa. Nós temos uma relação antiga, de parceria. Então a relação permanece a mesma, não há nenhum incidente prejudicando”, contou.
Durante a visita do presidenciável Geraldo Alckmim a Teresina no início do mês, Firmino teria dito que Luciano não estaria preparado, seria “imaturo” para ser governador. Questionado, Luciano afirmou que teve uma outra interpretação do discurso do prefeito de Teresina.
“Eu estava lá e confesso que não entendi dessa forma. O prefeito relatou em seu discurso as experiências do PSDB com candidaturas ao governo, e que não tiveram êxito. Ele citou, por exemplo, o caso dele e do prefeito Silvio Mendes terem sido prefeitos de Teresina antes de serem candidatos a governador e que isso não levou ao sucesso, e quem sabe eu não tendo sido prefeito de Teresina, indo por outro caminho que eu possa chegar lá. Cada um interpreta de um lado”, disse, ao reforçar que não se sentiu menosprezado: “Não, não. De forma alguma”.
O tucano confessa, no entanto, o desejo de ter Firmino mais presente na pré-campanha e na campanha que virá. “O que existe é um desejo de que o prefeito possa estar mais presente de fato, mais engajado. É um sentimento meu, claro. Agora, nós compreendemos o momento de cada um, respeitamos as circunstancias e é o que ele tem colocado, que é prefeito e tem seus afazeres. Isso é fato. Cada um ajuda como quer, mas é claro que esperamos e desejamos que o prefeito posa estar cada vez mais engajado na nossa pré-campanha e na campanha”, reconheceu.
Luciano acrescenta que o compromisso de Firmino com a campanha deve ser “natural”. “É natural, e por isso que há essa expectativa. O prefeito é do PSDB, que é meu partido, e nós temos uma história juntos. Eu estou há 17 anos no partido, sendo que sempre fui leal ao partido, sempre fui coerente e nunca discrepei das decisões e sempre acompanhei as campanhas. E o prefeito Firmino Filho da mesma forma, todas as vezes em que o PSDB teve candidato, seja para prefeito ou governador, ele sempre esteve engajado. Então essa é a expectativa, de que ele possa estar engajado na candidatura do PSDB no Piauí”, contou.
Luciano comentou sobre movimentação dos partidos de oposição na semana passada para formação de uma chapa que seria encabeçada pelo ex-senador João Vicente Claudino ou pelo senador Elmano Férrer, que segundo números que ele obteve em pesquisas, o nome dele [João Vicente] seria o mais viável para centralizar as oposições.
O empresário defende candidatura única por acreditar que essa seria a forma mais eficaz para vencer Wellington Dias e o nome de Luciano seria o mais indicado para vice com abandono de sua pré-candidatura ao governo, o que está fora de cogitação, segundo o deputado.
“Não vejo a menor possibilidade disso acontecer. Essa é uma tese que o ex-senador João Vicente Claudino defende há algum tempo, da qual eu discordo e todos os outros da oposição. Eu creio até que essas movimentações aí não passam de meras especulações. Os pré-candidatos ao governo da oposição, que já colocaram seus nomes, todos discordam dela e pelo menos com os que eu tenho conversado. O próprio senador Elmano Férrer e já estive com ele em várias oportunidades. Nós acreditamos que até para fortalecer o processo democrático, o processo de escolha e para dar mais oportunidade para a população, para os piauienses. E é por isso que existe segundo turno. Nós entendemos que é legitima a pretenção do senador Elmano de postular, e ele tem todo direito de se lançar como pré-candidato ao governo”, disse.
O pré-candidato nega que a escolha do vice para sua chapa seja feita por Mão Santa. “O vice ou a vice nós vamos escolher coletivamente em julho. O senador Mão Santa, prefeito de Parnaíba, é um dos protagonistas da oposição e tem sempre estado perto, orientando e certamente vai participar desse processo”, adiantou.
Luciano também falou sobre união das oposições em um eventual segundo turno. “É o caminho natural das oposições, e o nosso entendimento é esse: quem está no campo da oposição, pressupõe que discorda do modelo atual", resumiu.
O pré-candidato criticou duramente a atual gestão. "Modelo que está estabelecido hoje no Piauí e que está evidenciando um casos. Hoje nós vivemos um casos na saúde, os hospitais regionais sem resolutividade; a segurança pública completamente sucateada, as delegacias sem funcionamento, faltam homens, faltam viaturas; o Piauí virou um cemitério de obras inacabadas, temos o Rodoanel e a duplicação das BR’s e são quatro anos e não se consegue concluir essas rodovias. É um modelo que se voltou para os políticos, o governador tem hoje 69 secretarias ou coordenações. Então é um governo voltado para os políticos, e não para a população piauiense. Nós temos que enxugar o tamanho da máquina, modernizar a máquina pública e prestigiar a meritocracia. Ter dinheiro para investir, atrair investimentos e estimular a produção agrícola, industrial de Teresina e gerar emprego e renda”, disse.