O pré-candidato ao governo do Piauí, Elmano Férrer (Podemos), em entrevista no Agora da Rede Meio Norte na tarde desta sexta-feira (27), falou sobre as articulações e posicionamentos para as eleições 2018. O ex-senador afirmou que João Vicente Claudino não será candidato ao governo, ficando apenas na coordenação da campanha.
“Hoje pela manhã eu estive com ele [João Vicente Claudino], que continua com esse tese de uma candidatura única das oposições. Nessa hipótese, segundo ele, se houvesse uma união entorno da candidatura majoritária dele ao governo do estado, ele aceitaria. Ele não abre mão dessa tese, e mostra historicamente as eleições que quando as oposições se dividiram, inclusive na eleição dele a governador em 2010, com ele e o ex-prefeito Silvio Mendes, o candidato da situação ganhou a eleição”, afirmou.
Segundo Elmano, JVC conversou com algumas lideranças para formação da chapa majoritária, mas o diálogo foi antes do anúncio da pré-candidatura de Luciano Nunes ao governo. “Depois eu não vi ele conversar mais com esses políticos com representação muito forte, representatividade. Isso aconteceu, mas não vingou. Muitos, eu defendo essa tese de que devemos ter vários candidatos e com propostas diferentes, porque você faculta ao eleitor uma opção em função do programa de cada candidato”, revelou.
Questionado sobre ‘unir’ a oposição, proposto por JVC, o senador afirmou que é difícil tal faceta, considerando que são visões e ideias divergentes. “Difícil. Mas veja só como citado no programa de hoje e mais difícil e aconteceu, as autoridades maiores das Coreias do Sul e do Norte há 25 anos atrás, década de 80, nós víamos Alemanha Ocidental com Alemanha Oriental. Então eu gostaria que isso acontecesse aqui no Piauí, porque nossa situação não é boa. Eu sou muito franco, e vejo com muita preocupação o estado, a questão fiscal: arrecada X e gasta três vezes, ou seja, estamos em uma situação muito crítica. No meu entendimento, nós deveríamos nos unir e beneficiar todas as pessoas”, disse.
Elmano também comentou possível aliança com Themistocles Filho, presidente da Assembleia, cotado para vaga de vice na chapa de Wellinton Dias. “Eu tenho conversado com muita gente, mas com relação da situação do nosso Piauí. Eu vejo que nós temos que nos preocupar com isso, porque é um momento em que ninguém quer o caos. Nós temos que nos juntar para que isso seja superado. O Wellinton Dias é o nosso governador, muito hábil, inteligente e conhece de finanças, inclusive o órgão de origem dele é a Caixa, por isso o aprendizado”, elogiou.
O pré-candidato avalia a reação do eleitorado após troca de partido. “Não, não me preocupa. Eu tenho uma história de 55 anos nesse estado, onde exerci cargos na área federal, estadual municipal. Em todos os exercícios e missões que me foram delegadas, eu desenvolvi dentro de princípios éticos, morais. Como servidor público pago pela sociedade e para a sociedade, eu não me servi da coisa pública em benefício pessoal. Tudo isso me conduziu, foi toda minha linha como prefeito de Teresina”, declarou.
Sobre a questão partidária, Elmano Férrer foi enfático: “Eu pertencia a um partido, o PTB, depois fui para o MDB e hoje estou no Podemos, e isso num período muito grande. Creio que nós temos a liberdade de pensar sobre tudo na democracia. Quer dizer, vai os fatos. Isso aconteceu tendo como fundo os interesses do Estado. Estou consciente”.
Elmano comentou a fala de um vereador que teria lhe chamado de ‘Vein traidor’. “Isso é a visão dele. Quer dizer, traidor...Trair quem? Quem eu trai? Eu fui eleito por um milhão de votos, dentro de uma campanha em que eu trabalhei para o Wellington Dias e o governador e Margarete Coelho por mim”, disse.
“Será seu trai a presidente Dilma Rousseff? Quem aqui sabe? Eu votei contra o impedimento. Hoje, eu vejo que o quadro é outro", continuou.
Elmano diz que gostaria de ter uma mulher como vice. “As mulheres ocupam espaços nesse país em vários lugares. Quando eu fui prefeito de Teresina, quem tomou do contado cofre da prefeitura foi a Dr. Vanessa, uma auditora fiscal”, disse.