A Polícia Civil do Piauí identificou o suspeito de ter matado o estudante Ruan Pedreira, morto em uma troca de tiros no bairro Saci, na zona Sul de Teresina, logo após jogo da seleção brasileira durante a Copa do Mundo de 2014. Trata-se de Herlandio de Miranda Coelho, natural da Bahia, mas que segue foragido. A Polícia trabalha para conseguir localizar e prender o mesmo.
“Esse rapaz [suspeito] é natural da Bahia, tem uma namorada aqui em Teresina, que mora no Monte Castelo. Ele já tem registro na Justiça por porte ilegal de arma de fogo e usuário de drogas”, informou o coordenador da DHPP, delegado Francisco Costa, o Baretta.
O inquérito policial será concluído na próxima semana com o indiciamento do baiano por homicídio culposo. “A Polícia estava bem próxima de prender ele, mas infelizmente houve um contratempo e ele não foi preso. Se a DHPP não prendeu, hoje existe a Divisão de Capturas e nós temos que dar uma satisfação para família, para a sociedade”, acrescentou o delegado.
Ruan Pedreira era estudante de Engenharia Mecânica. Segundo a família, ele foi convidado pelos amigos para participar de uma festa após o jogo da seleção porque não bebia e por isso poderia dirigir o carro.
No dia 28 de junho de 2014, o estudante participava da comemoração do jogo entre Brasil e Chile. Ao saírem do local, Ruan e os amigos passaram pela Av. Maranhão, e decidiram parar em um bar para comemorar. Minutos antes, estava acontecendo uma confusão no local entre os acusados de cometer o crime e os seguranças do local. Um dos suspeitos, que seria Herlan, foi expulso do local e do lado de fora efetuou vários tiros, sendo que um dos disparos atingiu fatalmente a cabeça do estudante.
“Assim que chegou ao local, o Ruan sentiu algo estranho e falou para os amigos: ‘cara, vamos embora daqui. Aqui eu acho que não é lugar para nós’, e aí os amigos disseram: ‘calma aí, Ruan! Só cinco minutos...A gente só vai comprar umas cervejinhas e aí a gente sai’. Então foi nesses cinco minutos que aconteceu a confusão, o tiroteio e todo o tormento da família”, contou Jaqueline Nobre, prima do estudante.
Durante três anos, as investigações foram conduzidas pelo 4º Distrito Policial. Nesse período, o corpo do estudante chegou ser exumado parta perícia. No ano passado, o caso foi enviado para o Departamento de Homicídios, que identificou o autor do assassinato.
A família clama por Justiça e o sofrimento se intensifica mais no período dos jogos da Copa. O quarto onde o estudante passava a maior parte do tempo, continua preservado com fotos, cama arrumada e objetos que ele mais gostava.
“Copa do Mundo a gente vai revivendo a cada quatro anos e não tem Copa para gente. A gente sente muito a falta do Ruan. O Ruan era o nosso menino de ouro. Ele sempre foi um cara do bem, todo mundo queria estar perto, uma pessoa iluminada", acrescentou a prima Jaqueline Nobre.
O pai do estudante ainda sofre ao falar da morte do filho. O homem faz uso de medicamento e tratamento psicológico para lidar com o assassinato de Ruan, filho único. “Nós não queremos vingança. Nós queremos resultado e para sociedade ver o tipo de pessoa que estamos convivendo e para não acontecer isso com outras famílias, porque é muito triste”, disse o pai.
Quem tiver notícias sobre o paradeiro do acusado pode fazer denúncia através do 181. A Polícia garante total sigilo de quem identificar o suspeito.