Pelo menos 19 pessoas foram presas durante ações da 'Operação Estanque', deflagrada nesta quarta-feira (23), suspeitos de integrar uma quadrilha acusada de desvio de combustível em Teresina. A Operação contou com a participação de agentes da Polícia Rodoviária Federal, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO/MPPI, Ministério Público do Trabalho - MPTPI e Agência Nacional do Petróleo - ANP.
Foram expedidos 23 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão, resultando em 19 prisões. A Operação, que apreendeu 35 mil litros de gasolina, além de cinco caminhões, começou após a PRF receber diversas denúncias sobre o transporte irregular de combustíveis entre os estados do Piauí e Maranhão.
Em alguns casos, há suspeita de que a gasolina era adulterada, seria acdicionado água ao combustível, o que compromete o veículo e também representa um crime. A Operação Estanque ocorreu simultânea em Teresina, Capitão de Campos e em duas cidades maranhenses.
De acordo com o promotor Rômulo Cordão, coordenador do Gaeco, dentre os presos estão dois empresários que 'incentivavam' os funcionários a subtrair combustível. "Em alguns casos os empresários, dois deles que inclusive tiveram prisão decretada, sabiam que seus funcionários estavam subtraindo esse combustível e as vezes incentivavam ou fomentavam a subtração desses combustíveis, tendo em vista que parte dos salários dessas pessoas era paga com o combustível que era subtraído", explicou.
As investigações foram iniciadas há oito meses. A polícia conseguiu comprovar adulteração da gasolina antes de chegar aos postos pelos próprios motoristas. Em um dos casos, a gasolina era retirada de um tanque na zona Sudeste da Capital próximo de uma escola pública municipal.
"Isso, além de colocar em perigo toda a coletividade de forma geral, também configura um crime contra a ordem tributária, porque é a previsão da proibição de armazenar esse tipo de produto perigoso, que é o combustível, como também ao crime ambiental", acrescentou o promotor.
"Nós observamos, através de interceptações telefônicas e que posteriormente serão compartilhadas com a imprensa, a adição de água na gasolina, a adição de soda caustica no álcool, adição de água no álcool e uma série de outros combustíveis que sofreram adulteração", acrescentou o promotor.
A falsificação também teria sido comprovada na sede de duas distribuidoras no Maranhão. "Muitos desses funcionários inclusive não gozavam de férias, nem recebiam remunerações de férias. Quer dizer, isso era para que eles estivessem sempre no trajeto para que pudessem 'ganhar mais' e as empresas pagarem menos para esses funcionários", disse o procurador Edno Moura.
A ação também teve a participação de policiais rodoviários federais de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, junto com um helicóptero fazendo o cerco na residência dos alvos.