Na segunda-feira (26/11), a polícia conseguiu localizar a arma utilizada para matar o estudante de medicina Antônio Rayron Holanda, de 22 anos. Ela foi enterrada no quintal da casa da avó do adolescente de 15 anos acusado pelo crime. Ele levou a polícia até a residência localizada no bairro Macaúba onde os policiais desenterraram o revólver calibre 32. A arma foi encontrada com uma munição.
“Ele nos mostrou onde estava a arma do crime, onde nos podemos agora materializar e provar que de fato o projétil que saiu daquela arma foi quem matou o rapaz, ele diz que foi um comparsa que havia emprestado e isso é comum no mundo do crime, eles alugarem armas, o comparsa alugou a arma para ele cometer crimes e dividir o produto do crime com ele. É mais um meliante que nos também iremos após toda as identificações pedir a prisão”, disse o delegado Emerson Almeida.
O menor matou o estudante de medicina na manhã do último domingo durante uma tentativa de assalto em uma estação de ônibus na avenida Miguel Rosa. A vítima tinha acabado de sair do estágio no Hospital de Urgência de Teresina e esperava por um ônibus quando foi abordada pelo criminoso. O acusado disse que atirou em Antônio porque ele teria reagido, mas a polícia não acredita nessa versão.
“O que nós acreditamos é que o estudante deve ter se recusado a entregar o celular e então ele disparou contra ele. A princípio ele deu varias versões sobre esse crime, disse que teria agido com um comparsa, posteriormente mudou de comparsa, apontou uma outra pessoa, disse que estava em uma motocicleta depois disse que não estava com moto, são várias versões na sua grande parte mentirosa para confundir o crime”, afirmou o delegado.
Segundo informações da polícia, somente no ano passado quando o adolescente tinha 14 anos ele foi apreendido três vezes, duas por ter praticado roubos e uma por ter agredido fisicamente a própria mãe. O menor confessou para a polícia que aos 11 anos de idade esfaqueou o próprio tio após uma discussão, ele ainda assumiu a autoria de dois assassinatos que ocorreram nos meses de outubro e novembro na zona sul de Teresina. Um dos crimes aconteceu no dia 20 de outubro, no residencial Torquato Neto, o jovem Ronaldo Ribeiro dos Santos foi assassinado com três tiros na frente da própria irmã. O outro homicídio ocorreu no dia 10 de novembro na Vila da Glória, região do bairro Porto Alegre, a vítima conhecida como ‘Nonatinho’ foi morta com diversos disparos, as investigações dos dois casos estão sendo feitas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, se for confirmado que o adolescente é o autor desses crimes os casos serão repassados para a Delegacia do Menor Infrator, enquanto isso o adolescente está apreendido no complexo de defesa e cidadania, mas deve ser transferido para o Centro de Internação Provisória (CEIP).
A Polícia Civil tem dez dias para concluir as investigações do assassinato de Antônio Rayron e indiciar o adolescente por latrocínio. Já a Justiça tem 45 dias para realizar a instrução e o julgamento, se o juiz decidir pela aplicação da medida sócio educativa o menor ficará internado no Centro Educacional Masculino (CEM) por no máximo três anos.
Em depoimento aos policiais, o adolescente confessou de forma fria que não se arrependeu de tirar a vida do estudante.
“Eu perguntei para ele se ele estava arrependido do crime, um crime bárbaro que chocou toda a sociedade e ele disse friamente que não estava arrependido. Inclusive durante a sua prisão nós fomos até a casa de sua avó onde estava escondida a arma e nós fizemos o percurso por onde ele passou quando ele cometeu o crime, e aí tinha uma pessoa com um celular na mão e ele até falou: ‘Olha aí essa pessoa aí, fica desse jeito, com o celular na mão, distraído, por isso que a gente rouba’, para você ver a periculosidade e a frieza de um indivíduo que embora tenha matado mais uma pessoa ele ainda fica tirando brincadeira”, finalizou o delegado Emerson Almeida.