Mãe e avó são indiciadas pela morte de bebê devido incêndio

Mãe e avó são indiciadas pela morte de bebê devido incêndio

Mais de um mês após o falecimento do filho que morreu carbonizado durante um incêndio dentro de casa no residencial Miguel Arraes, em Timon-Maranhão no último dia 03 de maio, Ana Cláudia Soares conta que ainda sofre diariamente. Ela havia saído de casa para pegar dinheiro com a irmã para comprar remédios e deixou os três filhos sozinhos, momento em que houve o incêndio que terminou com a morte de um deles,  o bebê Thiago Henrique Araújo de apenas um ano. 

Ana Cláudia Soares e mãe foram indiciadas pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e abandono de incapaz. O inquérito foi presidido pelo delegado Hermes José Bezerra, da Polícia Civil de Timon. A principal suspeita é de que o incêndio tenha sido provocado por um curto-circuito em uma tomada da sala da casa, que provocou a morte da criança. 

“Provavelmente ocorreu curto-circuito em uma tomada da sala da residência. Nós estamos aguardando o laudo para encaminhar ao poder Judiciário. Nós já concluímos o inquérito policial, indiciando a mãe e a avó pelo crime de abandono de incapaz e também por homicídio culposo”, explicou o delegado.

Segundo Hermes José, não há pedido de mandado de prisão para ambas. “A gente indiciou, que a obrigado e o dever, e encaminhou ao poder Judiciário”, acrescentou. 

O inquérito foi encaminhado para o Fórum Criminal de Timon. O Ministério Público tem 10 dias para oferecer ou não denúncia dos dois crimes. Mas há uma possibilidade, o promotor pode entender que há apenas um crime cometido, abandonado de incapaz com a qualificadora de morte. Se isso acontecer, mãe e avó podem ter condenação amenizada. 

Ainda bastante abalada, Ana Cláudia conta como tudo aconteceu. Ela relata que saiu para pegar dinheiro com irmã para comprar remédio e quando voltou encontrou a casa incendiada e um filho morto. 

“Eu saí, tinha ligado para minha irmã para ela me arrumar o dinheiro, porque meu marido trabalha viajando, e eu estava sem dinheiro até para pagar a passagem, porque se tivesse dinheiro para pagar [passagem] seria mais rápido. Eu pedi uma carona para vizinha que trabalha na farmácia, ela me levou por volta de 07h da manhã, aí fui na casa da minha irmã para pegar o dinheiro. Quando cheguei lá, ela estava de saída, me disse que iria só pegar o dinheiro e voltava. Ela ia sacar ainda, então eu esperei ela. Quando, não demorou cinco minutos, eu pensei que não iria demorar e por isso voltei a pé. Quando eu cheguei meu filho de 7 anos disse que a casa tinha pegado fogo, só que ele não falou que meu outro filho tinha morrido.  A vizinha do lado gritou: teu filho morreu”, relatou. 

Ela agora se prepara para enfrentar um duro processo na Justiça. “Poderia ter perdido a maioria das coisas, porque perdi quase tudo, mas o mais precioso foi ele, como até falei para Deus: Deus, por que? Não queimou tudo....Por que você não deixou meu filho? Meu filho só tinha apenas um ano e um mês”, disse, muito abalada. 

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