Kleber afirma que blocão da oposição é “cavalo de troia”

Candidato destacou a intensa movimentação na reta final da campanha do segundo turno

Candidato a prefeito de Teresina pelo PSDB, Kleber Montezuma concedeu entrevista na tarde desta quinta-feira (26/11) ao Jornal Agora, da Rede Meio Norte, e destacou a intensa movimentação na reta final da campanha do segundo turno.

Foto: Efrém Ribeiro

Afirmou que apesar do favoritismo do seu adversário, Dr. Pessoa (MDB), apontado nas pesquisas de intenção de voto, têm chegado à periferia de Teresina as notícias sobre o “blocão” formado pela oposição, com a participação do governador Wellington Dias (PT), deixando muita gente “apreensiva”. 

“É como se o nosso oponente fosse o cavalo de troia, que leva pra dentro da prefeitura o PT e todos os malfeitos que o PT faz no estado”, disse.

Questionado sobre as adesões de aliados históricos tucanos ao emedebista, Montezuma ressaltou que “quem elege o prefeito é o eleitor”, e que nas suas caminhadas tem recebido muitas manifestações de apoio.

Crise fiscal em 2021

Seguindo a tendência da sua campanha neste segundo turno, Kleber afirmou que “é preciso comparar”, e chamou atenção para o fato de que a partir de janeiro de 2021, o próximo prefeito vai ter problemas seríssimos em razão da grave crise fiscal, ainda em consequência da pandemia da Covid-19.

Crise essa, até o momento, contornada em razão dos aportes do governo federal, que deixarão de ser feitos a partir do próximo ano.

Kleber afirma que diferente do histórico de gestão equilibrada com os recursos, os teresinenses poderão ter com o seu adversário a chegada de um modelo que levará para dentro da prefeitura as práticas do PT e do governo do estado. Citou, por exemplo, os contratos da prefeitura com a coleta de lixo e iluminação pública, e que se forem descontinuados ou pagos em atraso, deixarão a cidade às escuras e com lixo espalhado pelas ruas. 

“Uma grande ameaça colocar todo esse pessoal do PT e do MDB [na prefeitura”, completa.

E fez críticas diretas ao seu adversário sobre a ausência nos debates, afirmando que Dr. Pessoa é “fujão” e “desdenha do eleitorado”. Comentou também que apesar de a oposição pregar a mudança, trata-se de um grupo de políticos que sempre esteve no poder.

“Qual é a mudança que você faz quando pega o [ex] deputado João Henrique, homem de todos os governos, e bota na secretaria de Finanças da prefeitura? Pega o João Mádison e bota na secretaria de Desenvolvimento Rural? A mudança é professor não ter aumento e as escolas fecharem? Essa é a mudança que está se falando? Todo Piauí, quando quer salvar sua vida, vem para Teresina, vai para os hospitais da rede municipal. Levar o PT para dentro da prefeitura. É essa a mudança que Teresina quer?”, avaliou.

Estilo próprio na prefeitura

Kleber afirmou que na sua gestão vai prezar pelo diálogo. Lembrou que como secretário de Assistência Social e como secretário de Habitação, sempre dialogou com as famílias, movimentos sociais e as diversas classes. E que os resultados obtidos pelo município de Teresina na educação são resultados do bom diálogo.

E é com diálogo que ele pretende lidar com uma eventual segunda onda de casos da Covid-19 na capital. Negou que tenha intenção de fechar tudo e fazer “lockdown” se a crise em saúde outra vez se agravar. Em vez disso, promete ouvir as autoridades sanitárias e na área da saúde para buscar a melhor saída, sem que haja prejuízo para a população e setores econômicos.

Foto: Efrém Ribeiro

Ao tratar sobre agressões feitas pela oposição à sua família, Kleber afirma que a campanha do seu adversário “abriu um esgoto para atacar a mim, mas achou pouco e passou a atacar minha família”. E lamentou a campanha para atingir sua ex-companheira. “Uma mulher que é mãe, avó, professora e sempre trabalhou dignamente”, disse.

Mencionou que a Justiça chegou a determinar que o candidato a vice-prefeito Robert Rios (PSB), que compõe chapa com Dr. Pessoa (MDB), retirasse das suas redes sociais conteúdo ofensivo a ele Kleber e à sua família. “Pessoalmente deixo para que o povo julgue. O professor Kleber fez uma campanha limpa. Nunca ataquei a família do Dr. Pessoa e do Robert, sempre respeitei os dois (...). Espero que o povo julgue esses que ofendem a minha família, que abrem o esgoto para o vale tudo. E para quem diz que deseja mudança, eu também quero mudar. Agora, a sua mudança é colocar o PT dentro da prefeitura?”, comentou.

W.Dias na campanha de Dr. Pessoa

Em relação aos apoios anunciados ao seu adversário no segundo turno, Kleber lembrou que a campanha municipal em Teresina antecipou o processo eleitoral de 2022, que colocará em campos opostos o atual governador, Wellington Dias, e o senador Ciro Nogueira, que apoia os tucanos neste pleito.

“Talvez por essa razão que o governador Wellington Dias enquadrou todo mundo no Palácio de Karnak, subordinado a ele, e botou na campanha do meu oponente. Dos treze candidatos, nove tiveram candidaturas organizadas no Palácio de Karnak. Pegou todos os nove, que são deles, sempre foram, ocupando cargos e secretarias no governo, e botou todos para votar e fazer campanha pro Dr. Pessoa”, ressaltou.

Foto: Efrém Ribeiro

E quando confrontado sobre o fato de o MDB ocupar hoje a vice-prefeitura, Kleber fez elogios ao ex-reitor da Universidade Federal do Piauí, Luiz Júnior, mas deixou claro que há muito os emedebistas não fazem mais parte da prefeitura. “Eles desembarcaram da administração muito rapidamente, por que as práticas políticas deles não são iguais às nossas. Eles achavam que na prefeitura podiam fazer como no governo do estado, com o PT”, explicou.

Sem debate

A entrevista com Kleber foi realizada como alternativa ao debate com os candidatos a prefeito no segundo turno das Eleições Municipais, em Teresina. Pela regra, com a desistência de um dos candidatos, a opção é a concessão do espaço para entrevista no jornalístico da emissora.

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