A delegada do Núcleo de Feminicidio do Piauí, Ana Melka Cadena, durante entrevista ao vivo no Agora da Rede Meio Norte, afirmou que o assassinato da jovem Iarla Lima Barbosa, de 25 anos, morta pelo tenente do 2º BEC, José Ricardo da Silva Neto, 22 anos, na madrugada de segunda-feira (19), na Av. Nossa Senhora de Fátima, na zona Leste, se caracteriza como crime de feminicídio. Os dois começaram a namorar há uma semana.
“Circunstâncias preliminares abordadas, mediante todos os depoimentos que foram colhidos nas declarações e os elementos indiciários e tudo que foi levantado preliminarmente, apontam que houve as razões de gênero, já que a motivação se deu em decorrência dessas características machistas, recorrentes na prática desse tipo de crime”, afirmou.
Segundo a delegada, uma das vítimas contou em depoimento que a jovem não teve tempo para falar. “Pelos discursos da vítima, principalmente aquela que estava no carro na hora do ato e também foi vítima do fato, ela traz essa discussão preliminar, porque ela diz que a situação ocorreu tão de repente que vítima não teve tempo para verbalizar e já foi atingida pelos disparos. Então, preliminarmente já ficou bem sacramentado a identificação dessa circunstancia”, acrescentou.
Ana Melka explica que José Ricardo da Silva Neto ainda não foi ouvido. “Ele ainda não foi ouvido e ontem estava impossibilitado por decorrência dos sedativos. A gente está tentando viabilizar essas oitivas nessas próximas horas. O que a gente tem de confirmação de prática do ato por parte dele são das pessoas que tiveram contato com ele logo após o crime, inclusive o próprio colega de quarto. Ele traz discurso claro de que ele afirma ter disparado contra as meninas”, declarou.
Após ou durante o crime, conforme a delegada, o suspeito teria dado um tiro na própria perna. “A gente soube, através de todos esses elementos que foram juntados durante a autuação em flagrante, que ele teria efetuado esse disparo na perna. Nós ainda não sabemos a motivação dele ter efetuado esse disparo. A gente espera que a partir da oitiva, que seja feita durante o interrogatório, que ele traga essa justificativa”, disse.
A delegada disse ainda que o suspeito será enquadrado no crime de feminicídio com pena que varia de 12 a 30 anos. “Vai ser uma circunstância qualificadora, então com preceito secundário qualificado de 12 a 30 anos de prisão. Então, é uma pena bem maior”, contou.