O ex-candidato a presidente da República e um dos fundadores do Partido Novo, João Amoêdo chegou em Teresina na tarde desta quarta-feira (26/06) e em entrevista ao quadro Jogo do Poder, no Jornal Agora da Rede Meio Norte ele falou sobre o objetivos do partido para as eleições municipais de 2020 no Piauí.
Amadeu Campos: Qual é o objetivo do Novo na eleição de 2020?
João Amoêdo: “A gente hoje vai falar sobre o partido, sobre o quadro brasileiro, as reformas que precisamos fazer, falar o que tem feito dos mandatários eleitos do Novo e falar do nosso desafio para 2020. O objetivo aqui em Teresina é lançar uma candidatura próprio para prefeito e também vereadores. O Novo faz processo seletivo, busca trazer pessoas novas para a política, mas que tenham competência e capacidade de entregar o que se compromete a fazer e gestão que estão alinhados aos princípios de valores e principalmente incentivar as pessoas a virem participar da política.”
Amadeu Campos: É certeza o Novo ter candidato a prefeito em Teresina?
João Amoêdo: “ Certeza, não dá para a gente garantir, porque o nosso grande desafio é convencer as pessoas que tem preparo e estão alinhados com o partido a se candidatarem, mas vamos trabalhar bastante para termos um representante aqui para de fato darmos uma nova opção para toda a população.”
Sávia Barreto: No Piauí, o presidente Wallace Miranda já passou para o senhor nomes de possíveis candidatos a prefeito, você já tem essa lista ou ainda está no plano de discussão?
João Amoêdo: “O Novo tem um diferencial interessante porque nós fazemos processo seletivo, então as pessoas que tem interesse, vão preencher uma ficha, vão colocar o seu currículo, vão falar o seu histórico, a sua capacidade de gestão e isso será avaliado pelos membros diretórios. Na verdade procuramos buscar esse alinhamento com o partido. Então é um processo que deve demorar cerca de 90 dias para termos as primeiras definições de pré-candidatos que depois terão que ser definidas nas convenções do partido no ano que vem.”
Ananias Ribeiro: Por quê o Novo não usa o dinheiro público?
João Amoêdo: “Por alguns motivos, primeiro porque nós entendemos que esse dinheiro que está sendo direcionado para partidos deveriam está em áreas essenciais para populações como saúde, segurança e educação e que os partidos deveriam ser suportados pelos seus próprios apoiadores, que é o caso do Novo, onde o filiado contribuem com R$ 30, e segundo que é um aspecto muito importante é na medida que o partido depende de seus filiados, ele está sempre preocupado em defender os interesses dos filiados, de ser fiel a seus princípios de valores, fiel a suas ideias e muitas vezes quando você tem o partido sendo financiado por dinheiro público, isso se perde. Então você vê os partidos recebendo grande soma de recursos, só de fundo partidário, são mais de R$ 800 milhões, no ano passado o fundo eleitoral foi praticamente R$1,7 bilhões. Então o Brasil com toda essa dificuldades de verbas, na educação, na saúde, não nós parece que faça sentido nós estarmos financiando partido, com quais muitas vezes a gente nem concorda com a ideologia. Então nos parece que é muito mais saudável que o partido seja financiado com quem de fato o representa.”
Ananias Ribeiro: O Novo devolve esse dinheiro?
João Amoêdo: “Nós estamos tentando devolver, o fundo eleitoral nós nem tiramos, então nem chegamos a ter acesso a esses recursos, o fundo partidário nós recebemos mensalmente e esse é um grande problema, porque se nós o devolvermos na legislação atual ele será redistribuído para os outros partidos. Então o que nós estamos pleiteado é que esse dinheiro fosse devolvido para a União e fosse utilizado em outras contas, eu particularmente gostaria que todo o dinheiro que o Novo não utiliza do fundo partidário fosse direcionado para o Fundeb, o Fundo de Educação Básica que parece fazer muito mais sentido.”
Arimatéia Carvalho: Os oito deputados do Novo vão votar a favor da reforma da previdência, isso significa que o Novo está na base do governo Bolsonaro?
João Amoêdo: “Não, o novo tem uma postura independente, o que a gente tem dito é que sempre defenderá aquelas ideias que estão alinhada aos princípios do Novo, como mais liberdade econômica, facilidade para o entendedor, melhoria do serviço público e equilíbrio das contas públicas e nesse sentido a reforma da previdência é fundamental, nós temos hoje uma previdência que é insustentável e além disso é injusta que ela deixou um rombo ano passado de R$ 290 bilhões e o interessante do gasto total da previdência é 3% vai para os 20% mais pobres, enquanto que os 20% mais rico da população recebe 41% dos gastos da previdência e se nada for feito, em 15 anos todo o dinheiro arrecadado irá único e exclusivamente para pagamento de aposentadoria, então por conta disso nós entendemos que ela é fundamental e deve ser feita o mais rápido possível.”
Arimatéia Carvalho: O senhor disse, nós não somos da base aliada do Bolsonaro, isso tem a ver com o fato de você já ter criticado publicamente “polêmicas desnecessárias” do governo ?
João Amoêdo: “Na verdade é uma critica que eu fiz muito durante a campanha que era um questionamento contra a capacidade de execução do presidente Bolsonaro e ai a capacidade de execução, você precisa estar convicto do que você quer fazer, precisa ter dialogo, e precisa definir prioridades e muitas vezes isso não tem acontecido no governo e por isso ele tem avançado tão lentamente.”
Assista a íntegra da entrevista com o presidente do Novo, João Amoêdo