No bairro Vale do Gavião, na zona Leste de Teresina, os besouros estão decorando os muros das casas e apavorando a população que já não sabe mais o que fazer. Os insetos ficam horas do dia e da noite tentando se proteger, conforme relata os moradores.
“Eles andam em fila, e eles entram na casa da gente, sobem nas paredes, inclusive eu já encontrei eles em cima da minha cama. Eu fasto minha cama para não encostar na parede, amarro a colcha da cama, dou um nó, porque eles sobem pela colcha e quando a gente pensa que não, sente uma picada”, relatou uma das moradoras.
"Aumenta mais durante o período chuvoso”, disse uma outra moradora.
A limpeza do local é essencial para evitar esse tipo de transtorno. O presidente da Associação de Moradores do bairro mostra que os espaços que poderiam ser usados pelos pedestres cederam lugar para o acumulo de lixo, o que acaba facilitando a incidência dos insetos no local.
“É um descaso de dois lados: do lado poder público, da Superintendência Do Desenvolvimento Urbano de Teresina - Sdu Leste , que aqui quero chamar atenção, e também dos próprios moradores que pegam o lixo doméstico e jogam no canteiro principal, cartão postal aqui do bairro. Nós temos o carro do lixo que passa aqui três vezes na semana recolhendo o material, então é descabido que a população esteja jogando lixo aqui no canteiro”, afirmou.
Uma especialista procurada pela reportagem explica quais os riscos trazidos pelo inseto. “As características mostraram que não se trata do barbeiro, transmissor da doença de Chagas: uma infecção provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, adquirida por meio do contato com as fezes do inseto barbeiro. Esse encontrado no bairro é um inseto comum, semelhante às baratas, às formigas e outros. Não há risco de contrair a doença de Chagas, embora possa causar doenças como diarreia”, afirmou.