Família denuncia que deficiente foi agredido por dois policiais

Família denuncia que deficiente foi agredido por dois policiais

Uma família residente em Timon, no Maranhão, procurou a Polícia Civil do Piauí para denunciar agressões que teriam  sido praticadas por dois policiais militares de Teresina contra um jovem deficiente identificado como Isaías Oliveira, que sofre de problemas mentais. Em fotos divulgadas pela família, o jovem aparece agredido com marcas de sangue na roupa. 

O Comando-Geral da Polícia Militar ainda não foi notificado oficialmente sobre o caso. Mas logo que a denúncia chegue, vai ser encaminhada para Corregedoria da PM, responsável por analisar o comportamento dos policiais e determinar a punição. O caso também foi denunciado na Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos.

Segundo a família, o jovem usava farda escolar quando foi abordado por dois policiais militares. O jovem tem apenas 21 anos, e toma remédios controlados desde que nasceu. As agressões teriam ocorrido na última terça-feira, quando ele conseguiu sair de casa sem que ninguém percebesse, e foi parar na escola Pestalozzi em Teresina, onde estudou por mais de 8 anos.  

Na volta para casa, na altura da Ponte Metálica, entre Teresina e Timon, Isaías teria sido abordado por dois policiais militares do Piauí. A família acredita que o jovem pode ter sido confundido com um assaltante. Na abordagem equivocada da polícia, dele foi agredido com socos e pontapés. Um dente foi quebrado, e o rapaz foi submetido a um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). 

“Ele não tem como se defender porque é uma pessoa doente, porque está na cara e a gente ver que ele é uma pessoa que tem problemas mentais, que não é uma pessoa normal. Ele foi agredido covardemente. É revoltante isso tudo”, disse a irmã da vítima, Emanuele Oliveira. 

O pai, Pedro Oliveira, diz que a família já acionou a Justiça para tentar uma indenização e pede punição. “E aí nós fomos atrás dos direitos, fomos na Central de Flagrantes e de lá fomos ao IML fazer exame de corpo de delito. No outro dia, nós fomos onde registra boletim de ocorrência e logo depois fomos na Delegacia dos Direitos Humanos”, declarou. 

Pedro Oliveira se revolta ao falar sobre as agressões sofridas pelo filho. “Eu fecho os olhos e vejo as agressões. Eu sinto a agoniação que ele teve no momento, como não deve ser meu Deus”, relatou. 

A família ainda não entende ao certo o que de fato ocorreu. “Muita gente falou:’não faz isso porque ele não é normal, ele é doente’. Mesmo assim, continuaram batendo nele e depois ele conseguiu se soltar, e aí eles [supostos policiais] foram olhar a mochila dele, viram que tinha material escolar, biscoito. A Polícia está aqui para defender a população, mas faz isso com uma pessoa especial”,  contou o irmão, Antonio Oliveira. 



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