Um levantamento do Ministério Público do Trabalho mostra que, de 2013 a 2014, a participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu 79%, 20% a mais que a participação dos homens. Em contrapartida, as mulheres estão adoecendo mais por conta do trabalho.
O número de benefícios do INSS para mulheres aumentou 172% na década. O levantamento ainda mostra que há diferenças nas enfermidades que afastam homens e mulheres do trabalho, enquanto os homens costumam sofrer com lesões e fraturas, as mulheres têm mais registros de lesões de esforço repetitivo.
De acordo com a auditora fiscal, Flávia Lorena, as diferenças nas enfermidades acontecem porque mulheres ocupam no mercado de trabalho funções mais monótonas e precarizantes.
"As mulheres assumem postos de trabalho que são mais monótonos, repetitivos e trabalhos que são mais precarizantes. Se você entrar dentro de um frigorifico, por exemplo, vai ver que as mulheres estão executando atividades de corte, que são atividades repetitivas que levam a essas lesões”, disse.
Ainda de acordo com a auditora fiscal, a reforma trabalhista aprovada na última terça-feira vai precarizar ainda mais as condições de trabalho para as mulheres.
"A reforma trabalhista vai penalizar mais ainda a mulher, especificamente na fase em que ela está mais precisando de um apoio da sociedade, na fase da gestação e da lactação. Com essa reforma foi aprovado que as mulheres vão poder trabalhar em locais insalubres com grau médio e leve”, explicou.