Os prédios de Teresina estão ‘envelhecendo’ e com isso vários problemas tem se tornado corriqueiros. As reformas são feitas para abrigar novas lojas, mas as estruturas continuam as mesmas, prática que o presidente do CREA (Conselho Regional de Engenharia) chama de envelopamento, que esconde os perigos como instalações elétricas antigas e estruturas comprometidas.
A média desses prédios é de 50 anos, mas alguns deles chegam a ter 100. Por trás de tetos modernos no centro de Teresina escondem-se até tetos feitos com centenárias carnaúbas.
Nos últimos anos o número de incêndios também tem aumentado. Neste domingo, duas ocorrências em menos de 12 horas causaram prejuízos aos comerciantes. Uma loja de calçados na Rua Climatizada sofre incêndio, por sorte o corpo de bombeiros foi acionado e evitou que o fogo se propagasse.
“Dessa vez o medo foi grande porque minha loja já foi atingido por duas vezes. Quando recebi a notícia em casa quase vou a óbito, pois tenho problema de pressão alta. O nosso negócio é pequeno, mas é de onde tiramos o sustento”, disse Galdino Vieira que tem loja ao lado de onde ocorreu o incêndio.
Uma financeira no calçadão da Rua Simplício Mendes também sofreu incêndio e o Corpo de Bombeiros contou as chamas no local. Tudo ocorreu por conta de um equipamento que incendiou.
“O fogo foi controlado. Mas imaginamos que foi o equipamento que queimou”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Edson.
Segundo o CREA, uma tragédia pode acontecer em Teresina, um incêndio de grandes proporções ou um desabamento. Além disso, o Corpo de Bombeiros não tem estrutura para fiscalizar os prédios.
“Isso eu já venho alertando por fazer verificação periódica de toda a fiação e estruturas. Isso é necessário, porque com o passar do tempo vai danificando. Um profissional habilitado precisa ver se tem aquecimento da fiação. Não está longe de acontecer uma grande tragédia na capital, porque Teresina não tem fiscalização e tem prédios muito antigos que são apenas envelopados e não tem estrutura avaliada”, disse Paulo Roberto de Oliveira, presidente do CREA.