A estudante de 16 anos, que cursava o 8º ano na Unidade Escolar Firmina Sobreira, localizado na zona Norte de Teresina, onde agrediu a diretora da escola, Marilena Teixeira Silva no início do mês, foi ouvida durante audiência que reuniu os pais da adolescente, além de representantes do Conselho Tutelar.
A família da adolescente, que será transferida para outra escola, atribui o comportamento dela dentro da institutição aos problemas psicológicos já comprovados. Segundo a família, a menina sofreu bullyng por várias escolas públicas por onde passou e por conta disso desenvolveu depressão profunda.
O relacionamento da adolescente com a direção da escola sempre foi marcada por problemas. A matricula, inclusive, foi feita mediante recomendação do Conselho Tutelar.
“Antes de eu agredir ela fisicamente, ela me agrediu verbalmente. Em uma das vezes ela chegou pra mim, sentou e eu achei que ela fosse dizer algo que me confortasse, e nesse dia meus medicamentos tinham acabado. Eu estava sentada perto do portão e aí ela chegou e dizendo que 'eu não tinha depressão, que isso era para chantagear as pessoas'. Dizendo que sempre ouvia as pessoas falando de mim pelos corredores, que eu era sempre taxada como louca e que o pior sentimento que as pessoas tem por alguém é pena, e portanto, era o que ela sentia por mim e o que todos sentem”, contou a adolescente.
Segundo o conselheiro tutelar Antônio Gomes, a escola sabia da grave situação da menina, mas nada fez. “Essa adolescente já é reincidente, então a direção da escola já conhecia sua situação. Então cabia a mim, enquanto conselheiro, contribuir com minha missão de requerer a matrícula da adolescente. Agora, se a escola não tem equipamentos ou pessoas preparadas para tender esse tipo de situação, tenha paciência”, afirmou.
Lúcia Magalhães, também conselheira tutelar, explica que a diretora não solicitou profissional da saúde para fazer acompanhamento da estudante que, conforme exames, tem transtornos depressivos.
“A direção tem que encaminhar para o Conselho Tutelar sobre qualquer intercorrência para que possamos tomar nossas medidas. Então realmente houve essa falha e durante a audiência nós perguntamos para a diretora se seria necessário um profissional dentro da escola para estar acompanhando essa aluna, porque se trata de transtorno depressivo, mas ela [diretora[ falou que não era necessário e se ela tivesse tido, nós tínhamos solicitado, assim como fizemos para matricula. Nós iriamos solicitar para Rede de Proteção a Criança e ao Adolescente que possui profissionais capacitados”, questionou.