Hildelene de Sousa Lima, moradora do povoado Barra do Jorge, há 10km da cidade de Curralinhos, virou notícia após ser investigada pela polícia após a morte dos dois filhos. Os gêmeos nasceram na noite da última terça-feira (16/11) e foram encontrados mortos dentro de um matagal.
A equipe de reportagem da TV Meio Norte, se deslocou até o povoado para saber detalhes da história. A família está desesperada porque não sabe ao certo o que aconteceu. Antônio José, de 66 anos, pai da estudante, afirmou que sabia da gravidez.
“Eu sabia que ela estava grávida, esperava ela me dizer mas ela nunca disse, um dia eu joguei a verde nela para ver se ela se abria para mim, eu tenho certeza que ela entendeu que eu queria saber, eu estava vendo porque eu não era cego, ela escondeu tanto a barriga que prejudicou as crianças, cometeu um erro muito grave, eu acredito que a única coisa que ela fez foi embrulhar eles e deixar lá, porque o que foi descoberto é que ela matou as crianças de tanto apertar a barriga”, disse.
A irmã da acusada, Maria Isis, afirmou que a irmã tem que pagar pelo que faz. “Ela sempre dizia que não, sempre negava que não estava grávida e a barriga crescendo, e ela nunca assumiu, ela tinha umas viagens para Teresina mas ela dizia que ia fazer um tratamento, que estava doente, ela nunca chegou a comentar nada com ninguém, eu acho que como ela vestia muita roupa apertada, cintas, e como era duas crianças pelo aperto da roupa as crianças morreram e ela só fez botar para fora no mato e lá deixou. Nunca pensei que meu pai fosse passar por isso, é duro, é difícil, mas eu digo que ela tem que pagar pelo que ela fez, foi duas vidas que ela tirou”, disse.
Hildelene é a filha mais velha de uma família de três irmãos e já tem uma filha de 5 anos. De acordo com a família, ela estaria no oitavo mês de gestação mas sempre escondeu a gravidez.
O irmão mais novo, Mathias, quem encontrou as duas crianças já sem vida enroladas em uma toalha. As crianças ainda estavam com a placenta e o cordão umbilical, foi ele também que pegou os corpos no meio da mata e levou para a casa da família. Até hoje a Hildelene não contou detalhes do que aconteceu.
“Eu encontrei as crianças que ela abortou e deixou largadas no chão, ela veio para cá por volta de 19h da noite, quando eu cheguei já estavam mortos, elas não tinha machucado ou ferimento. Ela deixou eles enrolados em uma toalha no chão. Ela matou as crianças, porque ela usava muita cinta para apertar a barriga”, disse.
A polícia espera o resultado do laudo cadavérico para identificar a causa da morte dos bebês. O enfermeiro Antônio Lima fez o atendimento inicial para a mulher.
“Eu perguntei três vezes para pegar o caso direitinho, quando ela perguntou se eu ia entregar ela para o conselho eu perguntei se as crianças tinham nascido mortas, ela disse ‘nasceram’. Foi a única coisa que ela me disse, em nenhum momento ela chorou, ficou o tempo todo de cabeça baixa”, disse.
Hildelene de Sousa e a mãe estão internadas em Demerval Lobão o caso foi denunciado a polícia pelo Conselho Tutelar. “A suspeita que ela teve as crianças no mato, como a mãe dela relatou e que simplesmente ela tinha tomado um remédio para abortar, o que a gente sabe é isso”, declarou Alexandra Lima.
O delegado Anchieta Gomes relatou os crimes que ela pode ser indiciada. “Pode configurar o crime de aborto provocado pela gestante, abandono já que ela deixou as crianças vivas lá para morrerem e ela pode também ter matado as duas crianças. Aí dependendo do laudo é que vai configurar o crime de infanticídio, abandono de incapaz ou por aborto provocado, nós vamos investigar para chegar a um resultado qual a classificação do crime que eventualmente ela tenha cometido”, finalizou.