Nesta quarta-feira (12), o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Meton Marques, esteve no Jornal Agora para comentar a reforma trabalhista aprovada pelo Senado na última terça-feira (11). Para o magistrado, a reforma é boa para os empresários e prejudicial aos trabalhadores.
De acordo com o desembargador, a reforma retira encargos sociais e flexibiliza as formas de prestação de serviço, com repercussão negativa, inclusive, nos salários dos trabalhadores.
"É uma reforma que é boa para o empreendedorismo e é maléfica para cada trabalhador, porque para o empreendedorismo ela está retirando encargos sociais e flexibilizando as formas de prestação de serviço. Para o trabalhador é mau porque retira direitos, por exemplo, várias parcelas salariais deixam de ser salarial, então ele não vai se aposentar com essa repercussão, não vai tirar férias com essa repercussão, não vai ter o FGTS com essa repercussão”, disse.
Segundo o desembargador, com a reforma, os serviços podem perder qualidade, por conta da possibilidade de terceirização irrestrita. Além disso, os concursos públicos podem ficar mais escassos.
"A reforma também flexibiliza horário e flexibiliza a terceirização generalizada, pode terceirizar tudo. Pode uma escola não ter professor empregado, só terceirizados. Há uma tendência de queda na qualidade dos serviços. Também preocupa o setor público, porque ele também vai poder terceirizar generalizadamente e o concurso público também vai ser restringido”, afirmou.
Ainda de acordo com Meton Marques, a reforma deve provocar uma “revolução econômica”, que pode amenizar os prejuízos causados aos trabalhadores.
"A reforma vai certamente provocar uma revolução econômica, o objetivo da reforma trabalhista é atrair capital da empresas que estão indo para a China, então se houver uma resposta de uma grande atividade econômica, pode ser que a gente tire esse prejuízo”, afirmou.