Os quase 3 mil moradores do Residencial Pedro Balzi, na zona Sudeste de Teresina, vivem uma situação considerada triste. Cerca de 30 imóveis do local correm o risco de desaparecer por completo por conta de uma cratera de aproximadamente 30 metros de profundidade que se formou na região devido as fortes chuvas dos últimos dias.
No local, que hoje se chama Pedro Balzi, havia exploração e retirada de material utilizado na construção civil. O residencial foi construído no meio de um vale e há morros por todos os lados. Muitas famílias, que não tinham onde morar, construíram suas casas no alto dos morros.
No início do período chuvoso, com o assoreamento, os moradores começaram a perceber, isso há aproximadamente dois anos, que havia uma instabilidade no terreno. Além disso, as casas simples, quase todas de barro, não resistem às chuvas.
A situação foi se complicando e chegou ao limite; as casas correm o risco de caírem no abismo que se formou, uma cratera de quase 30 metros. Alguns imóveis podem desaparecer por completo.
Milena Araújo, residente no Pedro Balzi, teme pela própria vida, já que mora na parte mais baixa que inclusive será a mais atingida caso ocorra desabamento. “É um risco, porque a qualquer momento e devido qualquer chuvinha ela [cratera] vai caindo aos poucos, aí é tipo uma erosão: ela vai por dentro e quando pensar que não... A criança tem que ficar dentro de casa porque no quintal não pode brincar”, contou.
A dona de casa relata que o local era usado para retirada de material de construção. “Há alguns anos os caminhões retiravam barro daqui, só que estava longe e disseram que iriam fazer alguma coisa e quando pensou que não estava bem perto de casa”, acrescentou.
“Há dois anos, devido chuvas fortes, já começou a esbarrancar tanto lá como aqui”, diz a moradora Márcia dos Santos, ao acrescentar de que forma as famílias estão procurando ajuda: “Procurando um Meio de Comunicação. Quando a gente procura ajuda na SDU, às vezes vem, mas muitas vezes eles não conseguem dar conta”.
O risco maior, segundo ela, é para as famílias que decidiram construir casas na parte de cima, que pode desabar. “A Defesa Civil já esteve aqui algumas vezes e avisou para as famílias lá de cima que eles correm risco, e por isso precisam sair”, disse.
As famílias do residencial estão amedrontadas após a chegada do período chuvoso. “Eu sinto muito medo porque no inverno eu escuto muito as barreiras quebrando. Muitas vezes a gente perde o sono durante a noite”, conta o aposentado Antônio Araújo.
O diretor da Defesa Civil, Marcos Rolf, falou sobre quais medidas estão sendo tomadas para garantir destino seguro para todas as famílias prejudicadas. “As famílias precisam ser retiradas de lá. O inverno ainda nem começou, e já houve desmoronamento de terra ali, aquele cascalho. Ali foi retirado muito material e ainda não tem uma segurança daquele material. O que vai acontecer...Aquelas famílias tem que ser retiradas de lá, inclusive tem casas de tijolos, há umas casas de alvenaria, casas de barro e outras de tijolos”, informou.
O diretor ainda reforçou que todas as instituições responsáveis devem se unir para retirada das famílias. “Temos que unir todas as instituições, Assistência Social, SDU. Nós vamos tomar uma decisão, saber o que a Prefeitura de Teresina pode fazer e da melhor forma possível”, acrescentou.
Nesta sexta-feira, técnicos da Defesa Civil voltam ao residencial para decidir o destino das famílias.