O secretário de segurança do Piauí Fábio Abreu, concedeu entrevista ao vivo para o programa Agora, da Rede Meio Norte, onde falou sobre redução de homícidios no Piauí, combate ao tráfico de drogas e policiamento nas ruas da capital e interior.
Após 6 meses à frente da Secretaria Estadual de Segurança, a violência aumentou ou diminuiu?
“Temos algumas ações que geram outras reações. No início focamos no que mais choca e incomoda: a quantidade de pessoas mortas. O próprio Ministério da Justiça está com uma campanha, um projeto para redução de homicídios. Hoje já temos uma avaliação dos seis primeiros meses. Nós fizemos comparativo com número dos anos anteriores e a partir daí iniciamos o trabalho e começamos a focar na redução. Nos seis primeiros meses, por exemplo, tivemos uma queda e foi na capital onde concentrad[mos forças e conseguimos reduzir os homicídios em 50%. No interior não conseguimos essa redução tão significativa, então que voltamos nossa atenção para o interior , só no mês de julho, já alcançamos uma diminuição de 40%. Em relação a todo o Estado, tínhamos nos primeiro seis meses uma queda de apenas 7%. Com o levantamento até o dia de hoje, estamos com 9% de redução em todo o Piauí. A meta do Ministério é que cada estado consiga reduzir pelo menos 5%, ou seja, nós já estamos conseguindo cumprir o dobro da meta. No quesito homicídio temos significativas evoluções”, conta
Qual o perfil dos assassinados na capital e no interior?
“Nós temos dois quadros. Na capital nós temos a maioria de pessoas jovens que já estão envolvidas com a criminalidade. No interior o percentual da idade aumenta. Eu entendo que ainda é aquela questão de matar pela honra e uso de armas como faca ainda é muito presente. No caso da capital temos uso de arma de fogo por jovens já envolvidos no crime e pouquíssimos cidadãos mortos. Temos o controle diário desses números”, conta.
Narcotráfico
O Piauí entrou na nota do tráfico de drogas. Um avião carregado com 22kg cocaína, avaliado em R$ 1 milhão de reais caiu na zona rural do município de Assunção do Piauí. No caso mais recente, 330 kg de maconha prensada estavam escondidos no ar condicionado de um ônibus que vinha de Presidente Dultra (MA) para Teresina. Já foram apreendidos este ano 160kg de cocaína, 320 de crack e 350 de maconha, totalizando 830 kg de drogas apreendidas.
“Destacar que há uma dificuldade para esses indivíduos. Ali é uma alternativa, porque começam a migrar suas ações e rotas para outros estados. No Piauí, se formos observar, as apreensões geralmente são feitas próximo ao Ceará, então há uma perspectiva daquela rota ser internacional. A partir dessa grande apreensão, percebemos que o mercado consumidor de drogas estava crescendo. Na verdade, percebemos que não era apenas para o mercado interno. Mas todas as ações, precisamente na região Norte, foram evitadas pelo trabalho da polícia. A população denuncia. Tenho acompanhado, seja com auxilio do delegado Menandro Pedro, essa participação das pessoas que sabem que vão ter a identidade preservada. A população tem papel importante com suas denúncias. Aliás, as apreensões são pautadas na participação da população”, afirma.
Delegados para o interior e Concursos
O Ministério Público Estadual expediu portaria pedindo informações sobre todas as remoções de delegados do interior para a capital nos últimos cinco anos. Segundo a denúncia do Sindicato dos Delegados encaminhado ao Ministério Público, muitos dos delegados que atuam em Teresina foram removidos irregularmente das delegacias do interior para a capital.
“Nós temos policiais em condições, sim, de serem chamados. Se fosse por mim já tinham sido chamados. Temos que acompanhar a situação financeira do Estado. O governador e sua equipe financeira e administrativa diz que não podem nomear todos os cursados, que já fizeram o concurso, por uma questão financeira, de equilíbrio. Será feito um cronograma para serem chamados. Se fala que o delgado foi removido. Mas os delegados vieram por uma questão de necessidade, e não para vir e ficar sem fazer nada. A Delegacia de Entorpecentes, por exemplo, sofreu com o fato de colocar cinco delegados. O resultado está sendo positivo e e só uma questão de observar. Se eu puder, eu dobro a quantidade de delegados.Dentro desse cronograma de chamamento dos delegados, que terminaram seus cursos, é uma questão pacifica, porque cada policial que for chamado desse curso será para o interior. Repito: se pudesse já estava nomeando todo. O governador, preocupado com essa questão da ausência do delegado, orientou para receber, registrar como notícia de crime e transmita ao delegado regional responsável. Nós vamos organizar e gerar condições para que isso seja feito online, com internet e feito eletronicamente”, afirma Fábio Abreu.
“Elas questionam algumas cosisas que não tem conhecimento. Como vou nomear um policial e não vou fornecer equipamento? O governador autorizou a compra e já estamos resolvendo isso. Não teremos problema com policial formado e sem arma. Isso não vai acontecer”, conta.
Política
“Eu aceitei sem preocupação política. Meu o objetivo, que é pessoal, é resolver essa questão da segurança pública. Contar com soldado, policial, delegado, coronel. Eu aceito o desafio e estamos conseguindo. Muito se divulga número, mas temos números que são reais. Precisamos transmitir a sensação de que estamos diminuindo a violência. Nós acompanhamos a ação que foi feita de bonificar o policial pela apreensão de arma. Eu oriento os delegados para fazer o pedido de apreensão”, disse.
Mais policiais nas ruas
“Em breve vamos ter. Eu acredito que no próximo mês teremos o cronograma dos policiais civis. Os militares, como tem sido regra, eu acredito que ao terminarmos esse curso de formação que foi estendida, serão nomeados. O patrulhamento rural tem se desenvolvido bem. Vamos potencializar esse policiamento que é feito na folga dos policiais. A zona rural tinha essa influencia grande no número de roubos e homicídios”, explica.