Cerca de 36 crianças e adolescentes de Teresina estão desaparecidas, desse total 31 são do sexo feminino e tem entre 13 e 17 anos.
Da porta de casa, dona Francisca Alves, de 80 anos, espera angustiada ver o neto, Fabrício Siqueira aparecer. O menino desapareceu no dia 24 de setembro de 2002, da porta de uma lã house no bairro São Pedro, zona sul de Teresina.
Na época o garoto tinha apenas 11 anos de idade e a polícia revelou que seu desaparecimento estava relacionado com brigas de gangues e Fabrício teria sido vítima de sequestro. A família revive a dor a cada instante.
“Tem um senhor que mora ali em cima e vende jornal no mercado ele disse para nós que o menino foi comprar o jornal e depois disso ele desapareceu. Sentimos muita falta dele, porque ele era um menino muito bom e eu nunca soube que ele estivesse andando com gente ruim”, disse Dona Francisca Alves.
O cartaz na parede já desbotado reflete a esperança da família em reencontrar Fabrício.
Em Teresina, 36 crianças e adolescentes estão desaparecidas somente em 2015, ou seja, a cada quatro dias, uma criança é vítima de desaparecimento. O mês que mais registrou desaparecimento foi o mês de janeiro, segundo levantamento da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA), por meio do sistema de Boletins de Ocorrência da Polícia Civil.
Os números são alarmantes e seguem a lógica do que acontece em todo o Brasil, onde mais de 50 mil crianças e adolescentes esta desaparecidas. O CRM (Conselho Regional de Medicina) realizou na manhã desta segunda-feira, visitas a unidades de saúde para alertar sobre sinais de agressão e acompanhadas de pessoas que não tem informações sobre o menor, que poderia ser um sequestrador.