Subcomandante geral da polícia militar, coronel Lindomar Castilho, declarou ao vivo em Reportagem ao Programa Agora, que o policial suspeito de envolvimento no estupro coletivo em Castelo do Piauí, foi outras vezes denunciado à Corregedoria da Polícia Militar.
"Concretamente podemos afirmar que a Defensoria Pública pediu que o policial se apresentasse e agora ele foi transferido para o Comando Geral. A defensoria vai realizar os procedimentos cabíveis ao inquérito policial, com a documentação da defensoria, a corregedoria da polícia militar poderá apurar todas essas denúncias", disse.
O Coronel confirma que consta nos autos do inquérito a informação de que o policial foi citado pelos menores internos no CEM (Centro Educacional Masculino), por dar incentivo ao crime bárbaro.
"Não há especulação, mas sim um documento oficial da Defensoria Pública, com relato de menores de idade, que teria ofertado R$ 2 mil reais para incentivo do crime. A Corregedoria vai agora apurar ocaso em investigação. Se comprovada a participação dele neste crime, poderá sofrer medidas na esfera criminal e administrativa. Mas é preciso sim apurar os casos para saber se essa acusação é ou não verdadeira", disse Lindomar Castilho.
Questionado sobre o envolvimento em outros procedimentos administrativo junto a Corregedoria da Polícia Militar, Lindomar Castilho disse que o policial já esteve envolvido em outros procedimentos, mas nada grave.
"Esse policial já foi apurado em outros procedimentos, como a noticia de que ele usa em Castelo do Piauí, uma rádio clandestina", afirmou o sub-comandante.
Entenda o caso
Informações recentes apontam que o menor de idade morto no CEM (Centro Educacional Masculino), Gleison Vieira, teria sido aliciado por um policial militar da cidade de Castelo do Piauí para cometer o crime e receberia recompensa de 2 mil reais. Ele foi acusado de, junto com outros quatro comparsas (três menores e um adulto de 40 anos) estuprar e espancar quatro adolescentes.
O juiz Leonardo Brasileiro, afirma ter conhecimento do caso e que está sendo apurado se houve ou não incentivo de um policial militar no crime, como o objetivo de promover sua empresa de segurança na cidade.
“Na verdade tudo que está sendo comentado eu não posso me manifestar, mas isso na é nada novo. Todas as teses já foram apuradas e constam nos autos do processo, a informação chegou agora para vocês, mas já temos conhecimento de tudo. Essa é apenas uma tese e não podemos acusar ninguém. A defesa tem o papel de fazer uso de teses para defender os menores”, disse o Juiz Leonardo Brasileiro.
Sobre isso, o Comandante Geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Carlos Augusto afirma que a polícia aguarda a resolução do inquérito policial.
“Nós trabalhamos com fatos comprovados, em Castelo do Piauí há um inquérito que será instaurado e estamos esperando a comunicação do resultado desse inquérito para poder tomar ação. Nós não admitiremos nenhum desvio de conduta, se formos oficialmente comunicados vamos tomar as medidas cabíveis junto a corregedoria de polícia do Estado”, disse Carlos Augusto, confirmando que houve mudanças do comando de policiamento em Castelo do Piauí após o crime bárbaro que aconteceu vitimando as quatro adolescentes.
A mãe de Gleison afirma que o filho admitiu ter cometido o crime com a ajuda dos quatro comparsas. “Eu não acredito que ele tenha feito isso sozinho, eles participaram disso aí e eles ameaçavam meu filho 24 horas. Eu já sabia que ele ia morrer, ele tinha me dito que estava sendo amaçado e me pediu ajuda, mas eu não podia fazer mais nada. Ele nunca negou pra mim que tinha participado, ele disse que eles agiram juntos. Sobre essa questão de receber dinheiro para praticar o crime, ele nunca me falou, nunca fiquei sabendo disso. A justiça que vai saber, mas para mim ele nunca disse nada disso, nada sobre dinheiro. Meu filho também era gente, será que eles não vão pagar por esse crime também?”, disse a mãe do menor.
Com colaboração de Daniely Viana - direto de Castelo do Piauí