O governador Wellington Dias assinou nesta sexta-feira (04) o documento que encaminha para o Tribunal de Justiça do Piauí o pedido de expulsão do capitão da Polícia Militar Allisson Wattson, acusado de assassinar a estudante de Direito Camilla Abreu em outubro do ano passado em Teresina.
O governador segue a mesma tendência da decisão já tomada pela Procuradoria-Geral do Estado e também pela Corregedoria da PM, que se mostrou favorável pela expulsão do capitão nos quadros da corporação.
De acordo com a Constituição, apenas o Tribunal de Justiça ou os Tribunais Militares Permanentes podem decidir pela perda da patente de um policial.
Assistente de acusação, a advogada Ravenna Castro representa a família da estudante. Ela comentou sobre o aval do governador para a expulsão do capitão. “Para família agora o sentimento é de alivio, de conforto. Havia, realmente, o temor do capitão ser colocado na reserva remunerada, inclusive essa foi uma informação que nós tivemos do procurador num contato anterior que nós fizemos”, revelou.
A advogada diz que foi necessário uma verdadeira mobilização, inclusive por parte da imprensa piauiense. “Isso causou sensação de temor e de apreensividade na família, e agora depois de alguns apelos que nós fizemos da opinião pública, da sociedade cobrando uma resposta e da imprensa também nos ajudando muito batendo nessa questão, cobrando uma resposta tanto da Justiça como do governador. Agora nós tivemos essa resposta do governador, que assinou essa autorização para que o processo seja enviado para a Justiça, e só aí então ele seria julgado.", afirmou.
"A nossa expectativa é que ele seja definitivamente expulso dos quadros da PM”, reafirmou Ravenna Castro.
A advogada explica que o capitão Allisson Wattson responde a dois processos. “Existem dois processos tramitando, sendo que um é criminal, que é aquele que dele levá-lo ao Tribunal do Júri e já saiu a sentença de pronuncia. A defesa dele recorreu para que ele não vá a Júri Popular, nós inclusive estamos terminando a resposta que vamos estar apresentando na segunda-feira. O outro processo é administrativo, que é o pedido da perda da patente. Questão de tempo para a Justiça a gente não sabe precisar, porque exige avaliação de vários fatores: questão burocrática. O certo é que nós estaremos acompanhando, estaremos cobrando para que tudo isso ocorra no tempo mínimo possível, na forma mais rápida possível. E é isso que a sociedade espera, e é isso que a família espera, que seja feito Justiça tanto na espera criminal, assim como administrativa”, abordou.
Segundo Ravenna Castro, caso o capitão fosse para reserva iria receber salário de quase R$ 10 mil. “Exato. Um salário de quase R$ 10 mil e sem trabalhar. E para nós isso seria uma premiação para criminalidade. Mas acreditamos que essa situação está totalmente fora de cogitação, até porque a decisão do governador foi acompanhando o parecer da Procuradoria e do Comando-Geral da PM pela expulsão”, avaliou.