O deputado federal reeleito Átila Lira (PSB), em entrevista ao Jogo do Poder do Agora da Rede Meio Norte na tarde desta quinta-feira (18), fez um comparativo entre a eleição de 2014 e 2018. Segundo ele, a eleição atual foi mais “dura”. Ele também citou o que chamou de "influência de Lula" nestas eleições.
“É uma análise mais ampla, uma eleição como essa nossa agora, cada eleição tem essa histórica de que ‘ah, a eleição há 8 manos atrás vai se repetir’. Não. Cada eleição é uma eleição. Essa tem uma eleição nacional tumultuada, e tem uma eleição aqui no Piauí com determinadas características", afirmou.
De acordo com o deputado, o fato de integrar o governo beneficia diretamente quem concorre a uma vaga. "Nós, da oposição, liderados pelo Luciano Nunes e pelo Wilson Martins, nós tinhamos aí que a eleição era viável mesmo com tanta coisa difícil, e enfrentamos algo que é fundamental em uma campanha. Você diz, qual é a diferença entre 2014 e agora? Governo! Eu estava no Governo, tive 120 mil votos; estou na oposição, tive 54 mil votos. Primeiro, governo no Piauí tem uma forte influência nas eleições: governo é quem presta serviço, governo é quem dar as coisas. Vocês viram agora o povo tudo rindo no Palácio de Karnak? Todos na esperança de receber alguma coisa, prefeito ali. Governo dar as cosias, entrega serviços, tem obras, tem empregos, quer dizer, tem coisa para dar. Outra coisa que pesou nessa eleição foi o volume da campanha. Nós, teimosos, com poucos candidatos, para vocês terem uma ideia, nós, candidatos a deputados federais na Coligação liderada pelo Luciano, tínhamos seis candidatos a deputado federal, seis. A coligação do governo tinha 30 candidatos”, argumentou.
Questionado se o termo ‘teimosos’ seria pela divisão da oposição nestas eleições, Átila afirmou que não e explicou o porquê. “Não. Teimoso é porque entrar numa eleição sabendo de uma força poderosa dessa em cima da gente, e ainda tem uma terceira força, quer dizer, governo é destruidor, agrada, inibe, coage, oprime. E outra, a influência de Lula nessa campanha. Ele foi fundamental em todos os níveis”, explicou.
Segundo ele, deputado que se apresentou contra Lula “sofreu demais”. “Não, porque é o seguinte…O Lula, ele é um homem bem aceito no Piauí. Aprovado, bem aprovado. Toda pesquisa que a gente faz, o Lula é querido por conta dos programas sociais, pelo Bolsa Família, e a população tem nos candidatos que apoiam o Lula, e com seus candidatos, um atrativo, então isso prejudica a gente. Nós não tínhamos nada assim, que fosse uma estrela nacional. Nós tinhamos como candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin.
Deputado argumenta que no Piauí Alckmin não é uma “estrela nacional”. “Mas aqui não, o problema é o Piauí”, disparou. “Você junta governo, volume de governo, então um exército. Eles tinham um exército, e nós um batalhão. Eles tinham o Lula, nós não tinhamos ninguém. Então tudo isso danificou, e governo é coisa que não tem tamanho. “Lembrem-se dessa reunião aí no Karnak, só na esperança de que o governador vai dar as coisas para os prefeitos”, disparou.
Sobre ‘não assimilação’ do discurso feito pela oposição, o deputado citou que há uma ‘força poderosa’. “Não, não. Não tem nada com isso. É mesmo essa força poderosa, são forças macro”, declarou. “A oposição mostrou muito bem, nós tivemos 45% dos votos”.