A escalada de ações criminosas no Piauí, demonstra a facilidade que os criminosos têm de conseguir armas de fogo no Estado. O que precisa ser feito para evitar que a proliferação das armas deixe de ocorrer? Muitas armas apreendidas não conseguem ter a destinação correta e acabam voltando a ser utilizadas por bandidos.
Jericó 9 milímetro, você sabia que uma arma semelhante a esta, de fabricação israelense, está circulando em Teresina?
A informação foi recebida pelo projeto MP3 (Movimento pela paz na periferia), que acolhe e profissionaliza jovens da periferia de Teresina.
Este é um exemplo da facilidade com que os criminosos tem acesso a armas de fogo no Piauí.
O MP3 já chegou a recolher armas caseiras fabricadas por jovens, mas segundo o coordenador do Projeto, a quantidade de armas que chega à periferia é maior que o número de armas que são retiradas de circulação.
A denúncia é mais grave porque de alguma forma as armas que foram apreendidas e que deveriam ser destruídas acabam voltando para as mãos de bandidos que continuam a espelhar medo e terror nas comunidades.
“Essa é uma coisa que venho dizendo há muito tempo, em Teresina é muito mais fácil comprar arma do que sal. Então tem muitas armas em circulação e chegam de forma esquisita na periferia de Teresina. Tem armas como a jericó, que segundo informações, já foi apreendida duas vezes, e não foi destruída, voltando para as mãos de bandidos”, declarou Júnior, coordenador do MP3.
O instituto do desarmamento que dispõe sobre porte e comercialização de armas de fogo e munição no Brasil, proíbe o porte de arma por civis e o uso ostensivo, exceto em casos que haja necessidade comprovada. É necessário que a pessoa tenha mais de 25 anos de idade para ter porte de armas e deve ser feito um registro junto à Polícia Federal.
Recentemente um adolescente de Teresina, apareceu em um vídeo compartilhado em redes sociais, com uma arma de fogo, zombando da polícia e do tráfico. Dois dias depois, ele foi alvejado a tiros e corre risco de ficar paraplégico.
Em 2005, o governo realizou um referendo popular para avaliar a opinião das pessoas sobre a proibição de venda de armas de fogo, 63,84% decidiu por permitir aquisição de armas por particulares e civis. A questão que surge é: Ter uma arma em casa, ajuda ou atrapalha no combate ao crime?
A população tem opinião dividida sobre a polêmica.
Para Júnior, do MP3, para combater o uso de armas na periferia da capital, é preciso que seja feito um trabalho interno na própria polícia.
“O Estado precisa fazer uma faxina interna primeiro, localizar dentro do seu meio quais os funcionários públicos levam essas armas e distribuem. As vezes a arma não chega onde deveria chegar, para ser destruída”, declarou Júnior.