Aldo Rebelo: 'Governo deixa gasolina à mercê do mercado'

Aldo Rebelo: 'Governo deixa gasolina à mercê do mercado'

Aldo Rebelo, pré-candidato à presidência da República pelo Solidariedade, concedeu entrevista ao Agora da Rede Meio  Norte na tarde desta sexta-feira (25). Ex-ministro nos governos de Dilma Rousseff e Lula visita principais cidades do Piauí em sua pré-campanha e aborda diversos assuntos de interesse nacional. 

Ex-ministro, que já ocupou vários cargos importantes como presidente da Câmara , avalia atual situação vivida pelo país devido a crise no combustível. “São consequências muito graves, não só para as pessoas, mas também para a economia”, afirmou. 


Segundo Aldo Rebelo, o problema não é na Petrobras e nem no excesso de impostos, "é no governo". E explica: "Porque um governo não pode deixar que um preço tão importante para o abastecimento, para a economia do país, porque 70% da economia do Brasil funciona a partir do transporte realizado por óleo diesel. Então que ele deixe a gasolina à mercê do mercado, tudo bem; agora deixar o diesel à mercê do mercado? Porque esse ajuste no preço do diesel é fruto da subida do preço internacional do petróleo, que nós não dependemos e somos autossuficientes, mas colocamos na cabeça que temos que acompanhar a alta do petróleo internacional;  da desvalorização do dólar, quando o dólar se desvaloriza, como o preço do petróleo e do diesel é cotado pelo dólar, nós achamos que precisamos ajustar o preço do dólar para cobrir naturalmente a desvalorização do real frente ao dólar, e não administramos o preço, que é uma coisa necessária".  

O pré-candidato abordou a possibilidade de Temer demitir o presidente da Petrobras, Pedro Parente, que anunciou redução de 10% no preço do diesel nas refinarias e disse que a redução será mantida por 15 dias. 

“Sele fosse presidente de uma outra empresa, o governo não poderia fazer nada. Mas ele é presidente da Petrobras, uma empresa controlada pelo governo brasileiro. Então a culpa não é do Pedro Parente, ou seja, a responsabilidade é do governo, do Temer, do ministro”, afirmou, ao ser questionado novamente se Pedro Parente deve ser demitido:

“Eu não vou responder porque não sou presidente da República. Não é minha responsabilidade. Eu não posso aqui dizer que algum funcionário público deve ou não ser demitido. Eu posso dizer que a responsabilidade por administrar preços tão importantes para economia e que não deve deixar esse preço à mercê do mercado, é do governo federal”. 

A privatização da Petrobras também foi abordada pelo pré-candidato que cumpre agenda no Piauí. “A privatização da Petrobras é uma insanidade. E até o presidente Fernando Henrique chamou isso de ‘tiro no peito’, e ninguém admite isso. Não tem uma grande empresa do mundo, as mais importantes, das 20 mais importantes, 13/15 são todas estatais. Ninguém cogita de privatizar essas empresas, e no Brasil ninguém cogita de privatizar, nem esse governo e nem outro seja quem for”. defendeu. 

Aldo ainda criticou o presidenciável João Amoêdo, que defende a privatização da estatal. “Por essa razão que ele não será eleito. Por essa razão que não será levado a sério. Se privatizar a Eletrobras já está dando uma confusão, já foi arquivado o projeto de medida provisória na Câmara, e como você vai privatizar o regime de águas que gera energia, gera irrigação e também gera transporte, porque quando tem hidrovia a água serve como meio de transporte, uma coisa simples. Vai privatizar Itaipu que é uma nacional  que nem o Tribunal de Constas do Brasil aprecia? E no caso da Petrobras é a principal alavanca de investimento privado do país. Então isso não é uma coisa simples de se propor", argumentou. 

Aldo Rebelo diz que ainda busca consolidar sua candidatura. “Nós temos até a primeira quinzena de agosto para fazer isso que é o nosso esforço.Nós começamos por último, e a pré-candidatura foi lançada por último, mas o nosso esforço é fazer com que essa candidatura chegue naturalmente em condições de competitividade, e alianças nós vamos discutir no segundo turno", adiantou. 

O presidenciável, que se encontrou com Elmano Férrer (Podemos) e com o prefeito de Parnaíba, Mão Santa, terá uma reunião com o governador Wellington Dias (PT) logo mais. O pré-candidato fala sobre as articulações políticas no Estado. 

“Bem, todos já foram aliados e então bom conversar com todo mundo. Eu visito o Piauí há quase 40 anos e a primeira vez foi em 1979, e fiz esse roteiro parando em Parnaíba e passando ali em Campo Maior, Piracuruca, no sentido Jenipapo, Piripiri e as vezes faço também esse roteiro de Parnaíba descendo até Corrente, pelo Sul. Eu conheço razoavelmente o Piauí e tenho aqui relações políticas, pessoais e intelectuais muito amplas”, afirmou. 

“Com o prefeito Mão Santa, eu recebi uma ordem lá de Mérito da cidade de Parnaíba, e as conversas circulam naturalmente em torno do rumo do País, das alianças que podem ser feitas para as eleições presidenciais e que , embora cronologicamente muito próximas, mas politicamente muito distantes, parece que as eleições vão acontecer mais na frente. Acho que ainda vai passar muito tempo da Copa do Mundo, acho que nós vamos saber campeão do mundo e muito tempo para saber como vai se definir a eleição presidencial no Brasil”, afirmou. 

Segundo Aldo Rebelo, isso está diretamente ligado com a formação dos palanques regionais. “Isso influencia a formação dos palanques regionais, está tudo parado”, disse, acrescentando que as conversas políticas ainda são "preliminares". 

“Eu acho que ainda vai demorar, embora haja em alguns estados uma aproximação maior de algumas alianças. Mas como tem muito candidato nacional, então fica todo mundo esperando como nacionalmente tudo vai se decidir”, explicou. 

Questionado sobre  João Vicente Claudino sair ou não candidato e apoiar Elmano Férrer, o presidenciável afirmou: “Acho que todos os pré-candidatos querem apoio dos outros partidos. Eu senti isso na conversa do senador João Vicente e o Dr. Pessoa, que é um possível candidato ao Senado pelo Solidariedade”, disse. 

Segundo Aldo Rebelo, o melhor para o partido seria “Dr; Pessoa candidato ao Senado em uma chapa que poderia ter Elmano Férrer como governador, o João Vicente como governador”. E pondera. “Mas isso ainda não está definido, embora eles tenham conversado”. 

O presidenciável comentou se João Vicente Claudino sai ou não candidato. “Ele [João Vicente] não deu a menor pista”. 

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