O alto índice de partos cesários no setor privado 84,6% fez com que o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar editasse uma resolução para incentivar a realização de partos normais. As novas regras começaram a valer nesta segunda-feira (06).
Os Planos de Saúde tinham que informar as pacientes em até 15 dias a quantidade de partos cesários da cada médico, além da utilização de um partograma, documento que registra o trabalho de parto. No entanto, Agência Nacional de Saúde Suplementar voltou atrás na decisão que punia os planos de saúde em até R$ 25 mil reais, caso as informações não fossem repassadas.
“Primeiro temos que louvar essa decisão da INS de rever essa portaria, resolução que foi publicada em 06 de janeiro e começaria a prevalecer ontem. A única diferença é que agora a mãe precisa assinar um termo, onde diz que concorda de livre e espontânea vontade realizar um parto cesário. O parto cesário dura duas horas enquanto que um parto normal pode durar 12 horas”, explica o médico Cerqueira Dantas diretor de plano de saúde.
Os números mostram a realidade. No setor privado, a quantidade de partos cesário está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde que sugere 15%. No setor público, o número de partos cesário também está acima do recomendado. No Brasil, eles chegam a 40%.
Francisca Denislene está esperando o terceiro filho. Ela e o médico já entenderam que o parto será através de uma cesariana. “Será um parto cesário, segundo o médico me informou. Vai ser cesário porque não tenho mais espaço”, conta.
Francisca Jéssica, de Floriano, teve há dois meses e oito dias o segundo filho através de cesariana. “Não havia espaço e tinha que escolher entre eu ou a criança”, disse.
Já Brenda Caroline faz parte dos 45% das mães em todo o país que fazem a opção por parto normal: “Eu acho que é melhor por conta da recuperação”.