O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Luciano Nunes, concedeu entrevista ao Programa Agora na tarde desta terça-feira.
Ele fez considerações sobre o papel do TCE, não apenas como órgão fiscalizador, mas também como órgão parceiro de gestores públicos.
“O Tribunal de Contas é um órgão fiscalizador, entretanto nós temos que admitir o efeito pedagógico e de consulta. Quando o governo do estado acionou o TCE para ver a questão do Iapep, o Tribunal teve que dar uma resposta”, disse.
Atuação técnica
“O TCE tem se esforçado para manter uma boa atuação. Nós temos em 224 municípios um orçamento limitado. O TCE do Piauí tem se qualificado muito, existem bons técnicos que fazem do TCE uma instituição de bom desempenho. Temos ainda muito a evoluir, mas no Piauí não existe instituição mais bem aparelhada e qualificada que o TCE, com pessoas ’suando a camisa' pela causa do Tribunal”, declarou.
Margens
“O TCE acredita que o Governo não pode começar a gestão engessado, o que ocorre é uma dívida com a previdência”, pontuou.
Evolução dos Gestores
“Há 21 anos atrás quando eu fui para o TCE, recebi uma recomendação de ter muito rigor com os prefeitos, que vivem sofrendo as maiores pressões. Os grandes roubos são feitos no meio do setor público onde existe maior qualificação. O que vivemos hoje no Brasil é um reflexo disso, essas coisas acontecem em decorrência da junção do corrupto e do corruptor”, afirmou.
Prefeitos
“Os prefeitos são eleitos independente de seu grau de instrução. Muitas vezes um prefeito tem boa aceitação popular, mas não tem uma boa prestação de contas. O que precisa mudar é exatamente a cultura da política. Algumas pessoas querem entrar no setor público para corromper, mas a corrupção atrapalha o desenvolvimento. O que se tenta hoje fazer é fazer com que a corrupção não tome o espaço da cidadania”, afirmou.