Youtuber Monark é condenado à prisão por injúria a ministro do STF, Flávio Dino

Ministro do STF apresentou queixa-crime contra youtuber por live em que foi chamado de 'gordola' e 'filho da put*'

O podcaster Monark e o ministro escolhido para o STF Flávio Dino | Foto: Reprodução/ Monark Talks e Rosinei Coutinho/STF
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A Justiça Federal condenou o youtuber Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, a um ano e dois meses de detenção pelo crime de injúria cometido contra o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A sentença ainda impõe a obrigação do pagamento de indenização de R$ 50 mil.

A decisão é da juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal de São Paulo, e foi tomada no último dia 3. Em 2023, Dino, que à época era ministro da Justiça, formulou uma queixa-crime contra Monark por calúnia, difamação e crime contra a honra. Durante um podcast, o youtuber chamou o ministro de "gordola" e "filho da puta".

"Você vai ser escravizado por um gordola. Esse cara sozinho não dura um segundo na rua, não consegue correr 100 metros. Coloca ele na floresta para ver se ele sobrevive. Você vai deixar esse cara ser o seu mestre? Foi para isso que os seus pais te deram educação? Eles se sacrificaram para você servir esse filho da put*?", disse Monark na transmissão realizada em junho de 2023.

Na sentença, a juíza descartou a acusação de difamação, mas considerou configurado o crime de injúria, afirmando que os fatos foram comprovados "além de qualquer dúvida razoável". 

"É inequívoco que as frases por ele pronunciadas foram ofensivas à dignidade e ao decoro da vítima, bem assim que o acusado teve o dolo específico de injuriar o querelante, no que extrapolou o ânimo de mera crítica", afirma a magistrada.

Para a magistrada, o direito à crítica "não se presta a justificar xingamentos e acusações indiscriminadas, levianas, aviltantes e irresponsáveis como as feitas pelo acusado em relação ao decoro e à dignidade do querelante, tanto como agente público quanto como indivíduo". 

PODE RECORRER EM LIBERDADE

Em dezembro de 2023, a queixa-crime foi suspensa pelo desembargador Fausto Martin de Sanctis, do TRF-3, mas o processo retomou em março de 2024 após decisão do tribunal. Sem apresentar advogados, Monark foi representado pela Defensoria Pública, que pediu o arquivamento da ação. O youtuber poderá recorrer em liberdade.  

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