A rede social X começou a ser suspensa nas primeiras horas deste sábado (31). Usuários de operadoras como Vivo, Claro e Oi relataram a queda do antigo Twitter logo no início da madrugada.
VOCÊ PRECISA SABER
A suspensão foi ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (30). A medida permanecerá em vigor até que a rede social atenda às ordens judiciais, pague as multas e nomeie um representante no Brasil.
Apesar de a suspensão ter começado, alguns usuários ainda conseguiam acessar o X até a última atualização desta reportagem. O site Downdetector, que monitora interrupções de serviços online, indicou um pico de relatos de falhas às 0h10.
AÇÃO DAS OPERADORAS
A suspensão não ocorre de imediato; as operadoras precisam bloquear o acesso a todos os servidores da rede social, tanto pelo navegador quanto pelos aplicativos móveis. Para alguns usuários já afetados, o site ou aplicativo pode mostrar apenas o layout do X sem carregar postagens e perfis.
Histórico da suspensão
17 de agosto: A rede social anuncia o fechamento de seu escritório no Brasil após a alegação de que Moraes ameaçou prender a representante legal da empresa no país.
28 de agosto: O STF responde com uma intimação pública no X, exigindo a nomeação de um novo representante legal no Brasil em 24 horas e marcando o perfil de Musk. Essa forma de intimação pela rede social é inédita, segundo o tribunal.
29 de agosto: Moraes determina o bloqueio das contas da Starlink, outra empresa de Musk, para garantir o pagamento das multas aplicadas ao X. No mesmo dia, após o prazo de 24 horas, o X anuncia que não seguirá "ordens ilegais e secretas" e que aguardava o bloqueio no Brasil.
Musk promete que a Starlink fornecerá acesso gratuito aos assinantes brasileiros devido ao bloqueio das contas.
30 de agosto: Moraes dá 24 horas para Anatel e operadoras retirarem o X do ar e estabelece uma multa de R$ 50 mil para quem usar métodos para contornar o bloqueio, como VPNs.
Tensão entre Moraes e Musk
O X tem descumprido ordens judiciais brasileiras para remover perfis com conteúdo golpista e ataques às instituições, acumulando R$ 18,3 milhões em multas do STF. A decisão de Moraes de bloquear a Starlink gerou críticas, e a empresa recorreu ao STF, mas o recurso foi negado pelo ministro Cristiano Zanin.