A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou que a World suspenda a oferta de criptoativos ou de qualquer outra compensação financeira em troca da coleta do registro de íris de titulares de dados no Brasil. A medida entra em vigor neste sábado (25) e foi comunicada na sexta-feira.
O QUE OCORRE?
O objetivo da iniciativa é criar uma espécie de certificado global de humanidade, que ajude a diferenciar, no futuro, humanos de robôs. Responsável no Brasil pela fiscalização e aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a autarquia do governo federal iniciou em novembro um processo de fiscalização das atividades da empresa.
Mais de 400 mil pessoas já tinham se cadastrado em pontos de atendimento na cidade de São Paulo. Em troca, elas têm direito de receber cerca de R$ 600 em criptomoedas. A ordem da ANPD foi enviada à Tools for Humanity, empresa responsável pela World no Brasil.
"Nos termos da LGPD, o consentimento para o tratamento de dados pessoais sensíveis, como é o caso de dados biométricos, precisa ser livre, informado, inequívoco e fornecido de maneira específica e destacada, para finalidades específicas", afirma a ANPD, em nota.
O QUE DIZ O OUTRO LADO?
Em nota, a World afirmou que "está em conformidade com todas as leis e regulamentos do Brasil" e que "relatos imprecisos recentes e atividades nas mídias sociais resultaram em informações falsas para a ANPD".
"Estamos em contato com a ANPD e confiantes de que podemos trabalhar com o órgão para garantir a capacidade contínua de todos os brasileiros de participarem totalmente da rede World. Estamos comprometidos em continuar a oferecer este importante serviço a todos os brasileiros", afirmou a iniciativa.
O QUE É A WORLD?
A A World é uma rede administrada pela World Foundation. O projeto foi criado pela Tools for Humanity, empresa que hoje diz colaborar com o aplicativo e as câmeras usadas para tirar fotos da íris de usuários. Somente em maio de 2023, ela levantou US$ 115 milhões (R$ 680 milhões na cotação atual) em sua rodada de investimento.