O senador Wellington Dias (PT-PI) criticou no plenário do Senado o tratamento dos encargos da dívida dos Estados e defendeu um amplo debate sobre o pacto federativo, salientando a necessidade de medidas que garantam a viabilidade das unidades da federação e assegure o crescimento do país. Ele afirmou que o Senado deve ser protagonista desse debate, por representar o equilíbrio entre os Estados.
?Não pode o Tesouro Nacional, o Ministério da Fazenda tratar os Estados com taxas de 18% a 20%, mesmo com todo o juro alto que temos hoje. A Selic hoje é metade daquilo que o Brasil cobra de Estados e municípios. Não há nada que justifique isso?, afirmou.
Wellington Dias afastou o argumento de que a mudança dessas regras colocaria em risco a responsabilidade fiscal, e declarou que é mais fácil o Piauí discutir taxas de juros com o Banco Mundial do que com o BNDES. Para o parlamentar, a maior racionalidade nos juros resultará em maior capacidade de investimento do poder público.
?Essa capacidade de investimento é essencial no momento em que vivemos para alavancar o próprio setor privado?, ressaltou. O senador, que pediu reformas que garantam desenvolvimento em regiões de baixa renda, mostrou preocupação com as regras do comércio eletrônico entre Estados, afirmando que a legislação atual onera estados pobres com bitributação e transferência de recursos para os grandes centros.
Para Wellington Dias, é necessário um parâmetro tributário que permita que os consumidores paguem menos e impeça que produtos importados venham a ?consumir empresas e empregos? no país. ?É preciso ter regras que sejam incentivadoras do empreendedorismo, da indústria, do comércio e da distribuição de renda, e não podemos fugir dessa pauta?, completou.
Dias considera que a discussão sobre a divisão dos royalties do petróleo, em 2011, foi precursora do debate sobre o pacto federativo, e espera que nesta matéria seja seguido o modelo de debate do Código Florestal, envolvendo o trabalho conjunto de várias comissões permanentes. (S.B.)