Emocionado, Wellington Dias (PT) assumiu oficialmente o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) em solenidade nessa segunda-feira, 02 de janeiro, na Esplanada dos Ministérios. Ao relembrar a infância humilde, o piauiense disse que 'de pobreza ele entende', citou a meta de tirar o Brasil do Mapa da Fome e a missão de dar dignidade ao povo.
O ministro confirmou uma reformulação no Bolsa Família e fará uma Busca Ativa para viabilizar aos que não estão abarcados pelo benefício que possam recebê-lo, para ele, é preciso garantir o direito de que todas as refeições sejam feitas.
"Agora é a vez da Sua Excelência, o Povo. Temos que tratar do excelentíssimo, o povo mais pobre, precisamos cuidar de todo um olhar de forma integral. O MDS vai cuidar daqueles que mais precisam, começar pelo direito sagrado de tomar café, almoçar e jantar todo dia, isso foi lembrado pelo presidente Lula, por uma promessa cumprida a partir do seu mandato em 2003, e nessa mandato nossa missão é tirar o Brasil do mapa da fome pela segunda vez".
De acordo com ele, a reconstrução do Brasil passa também pela reconstrução de toda uma rede da assistência social. Wellington ainda rechaçou a classificação de 'pente fino', pontuando que fará uma política eficiente. "Vamos reformular com muito diálogo o Bolsa Família, e na situação que se encontra não é uma tarefa simples. Sim, vamos fazer a atualização do cadastro único, nada de pente fino, pente fino era para tirar piolho do cabelo, é política pública bem feita o que vamos fazer, é retomar a integração com Estados, municípios, todos os parceiros ligados à área social, sei que no cadastro único há 90 milhões e uma parte dela recebe benefícios".
Na abertura da atualização cadastral, que será feita de imediato, Wellington destacou que as pessoas que recebem o Bolsa Família e não estão elegíveis, poderão solicitar o cancelamento do benefício de assistência social.
"Sei que muitas pessoas foram induzidas ao descaminho, abriremos já nesse momento a atualização do cadastro único, para mais segurança e eficiência, integrado aos municípios e estados. Vamos dar a oportunidade de quem não preenche os requisitos de voluntariamente pedir o desligamento do programa, vamos pagar apenas para quem tem direito seguindo os critérios sociais".
O líder da pasta complementou. "Vamos fazer uma Busca Ativa em cada canto do país, para trazer as pessoas que têm o direito e não tiveram a oportunidade, a reconstrução da Rede de Assistência Social, acreditamos terá bons resultados".
"Assumo uma grande missão", afirma o novo ministro
O novo ministro do Desenvolvimento Social frisou que sabe o tamanho da missão que terá na pasta, especialmente com os índices alarmantes de brasileiros em situação de vulnerabilidade, de insegurança alimentar, no desalento. "Ontem eu chorei, e não foi só uma vez, ontem foi um dia de muita emoção para todos nós, não sei se vocês tem uma noção, mas a gente volta a ter um presidente da República que tem causas, causa do combate à fome, causa de trabalhar com prioridade aos mais pobres do nosso país, estou falando de um presidente que enfrentou tudo que ele enfrentou e é um dos maiores líderes do Brasil e do planeta, isso também aumenta muito a responsabilidade minha e de quem estará trabalhando com ele".
O piauiense ainda fez um 'afago' ao vice-presidente Geraldo Alckmin, classificando-o como um 'grande brasileiro'. "Nesse momento não posso negar que dá frio na barriga, mas o fato é que sou ruim para ler discursos, quero dizer a cada um de vocês que cada vez que assumo uma grande missão, eu sempre creio que tenho Deus no comando. E assim nele confio para me guiar, a mim, a equipe e todos e todas que vamos trabalhar, e são muitas pessoas, no Brasil, o meu e o nosso líder é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vim de onde veio, e posso afirmar o maior Doutor em políticas eficientes para cuidar de quem mais precisa, me dá muita segurança vir ao lado desse grande brasileiro: Geraldo Alckmin".
Wellington Dias disparou que as promessas de 'colocar o povo no Orçamento', não são um jogo de palavras, e sim um compromisso assumido pelo presidente Lula e por ele no Ministério. "Agora que começa o cumprimento das promessas, e conhecendo como conheço Lula, sei que ele não se esquece das promessas feitas, eu sei do compromisso com o social. Assim como está lá no nome do Ministério, a prioridade do combate à fome, o compromisso do presidente Lula é nosso manual, colocar o povo no Orçamento, colocar os pobres no Orçamento, dar a mão a quem precisa e não largar a mão de ninguém, sei que não é um jogo de palavras, é um compromisso, para essa missão quero agradecer em especial ao Congresso Nacional numa votação inédita", disse.
Foco na classe média e na elevação de renda
Wellington Dias comentou que outra missão do Ministério será na inclusão socioeconômica, viabilizando que mais brasileiros ascendam à classe média. "Missão do MDS da inclusão socioeconômica para que possamos garantir as condições de apoio ao emprego, ao empreendedorismo. A missão é de fazer crescer a classe média, como já fizemos nos mandatos anteriores, quando chegamos e 2014 a 54% da população economicamente ativa na classe média. Sei do tamanho da responsabilidade que estou assumindo. Humildemente peço ajuda de todos vocês".
O piauiense reiterou que o Ministério do Desenvolvimento Social 'é o coração do Governo do presidente Lula', e deu o seu exemplo de superação, acreditando ser possível que ele seja replicado por mais brasileiros. "Sei que assumo o Ministério que é o coração do Governo do presidente Lula, o coração do Brasil, o Ministério dos Pobres, dos Mais Necessitados, de pobre e pobreza posso dizer que entendo, pois eu venho de lá, se foi possível para mim, vencer, de verdade, eu acredito que é possível para outras pessoas".
Dias chorou quando citou a mãe, Teresinha, revelando que ela trabalhava como cuidadora para conseguir estudar. "Minha mãe é essa mulher como tantas do nosso país, guerreira e ela nos dá uma missão extraordinária, cuidava de um garoto para ter o direito de estudar; eu via ainda menino ela fazendo educação pelo rádio, projeto Minerva, auxiliar de enfermagem, é praticamente a Doutora na região dela, e ela nos ensinou uma coisa, que é de todas as coisas que podemos fazer nos Governos, a educação é o grande alicerce".
Com base no exemplo da mãe, Wellington Dias disse que quer fazer um trabalho integrado com todos os Ministérios, em especial, o da Educação. "Dar educação é dar uma riqueza que ninguém tira. Não vamos deixar ninguém na idade de estudar sem estar matriculado", finalizou.
Solenidade bem prestigiada
A transmissão de cargo de Wellington Dias foi muito bem prestigiada, congregando vários ministros e seis governadores.
Os ministros que marcaram presença foram: Camilo Santana, Rui Costa, Márcio Macedo, Ana Moser; também estiveram no ato o líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues; Bruno Dantas (presidente do TCU); o banqueiro Paulo Henrique Costa; e os governadores: Ibaneis Rocha (Distrito Federal); Jerônimo Rodrigues (Bahia), Elmano (Ceará), João Azevedo (Paraíba), Carlos Brandão (Maranhão) e Rafael Fonteles (Piauí); Regina Sousa (secretária de assistência social).
Os ex-governadores do Piauí Wilson Martins e Hugo Napoleão também compareceram; assim como prefeito Doutor Pessoa (Republicanos)
"Terão aqui um homem sempre animado. Como já disse o presidente Lula a gente vai começar fazendo as coisas possíveis, daqui a pouco estaremos fazendo o impossível, claro que a fome é o principal, mas nós queremos dignidade", concluiu.