W.Dias vê “caráter ditatorial” em indulto concedido por Bolsonaro

“Temos ali uma decisão que é como se fosse uma afronta. Um poder afrontando o outro”, avalia o petista, que é um dos coordenadores da pré-campanha de Lula

Wellington Dias | Apoliana Oliveira/Meio Norte
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Um dos coordenadores da pré-campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Wellington Dias (PT) classificou como “ditatorial” a decisão do presidente Jair Bolsonaro que, por meio de decreto, concedeu indulto ao deputado Daniel Silveira (PTB/RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ameaças aos ministros da Corte. 

— A decisão tem todo um aspecto ditatorial, revestida, como se fosse legal. Mas, na prática, temos ali uma decisão que é como se fosse uma afronta. Um poder afrontando o outro. Imagine se o presidente vai agora, toda hora, ter o julgamento de alguém como criminoso e o presidente dando indulto — avaliou Wellington. 

À Rede Meio Norte, o petista disse ainda que a decisão traz insegurança e “desorganização” ao país.

Em tese, vamos ter uma situação onde o crime compensa. Acho que ninguém pode pactuar, defender criminosos. O indulto é uma ação que tem outro objetivo, não esse — completou.

CASO DANIEL SILVEIRA

Daniel Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por incentivar atos antidemocráticos e ataques a ministros do STF. Foi ainda condenado à perda do mandato, à suspensão dos direitos políticos e ao pagamento de multa no valor de R$ 212 mil. 

Ontem, por meio de decreto, o presidente Jair Bolsonaro concedeu, por meio de decreto, a chamada “graça constitucional” ao deputado.

Em resposta, o partido Rede Sustentabilidade ingressou com ação no próprio Supremo contra o indulto concedido pelo presidente. Para a relatoria da ação foi sorteada a ministra Rosa Weber.

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