A Justiça dos Estados Unidos acusou o ex-presidente Donald Trump, formalmente, nesta segunda-feira (14), por tentativa de alterar os resultados das eleições de 2020 por meio do estado da Geórgia. Em menos de cinco meses, esta é a quarta acusação formal contra Trump.
Os promotores responsáveis pelo caso apresentaram 41 acusações, sendo 13 contra o ex-presidente, incluindo falsificação e extorsão. A formalidade não significa que os réus são culpados, mas indica que há indícios necessários para levá-los a julgamento.
A investigação que levou às acusações iniciou em fevereiro de 2021, após o vazamento do áudio de um telefonema entre Trump e Brad Raffensperger, secretário da Geórgia e principal funcionário eleitoral do estado.
"O que eu quero fazer é o seguinte: eu só quero encontrar 11.780 votos. Que é 1 a mais do que temos, já que ganhamos no estado", disse Trump, sem apresentar provas, enquanto pressionava Raffensperger para que ele refizesse a contagem na Geórgia e os Republicanos levassem os 16 delegados do estado.
"Você precisa reexaminar, mas com pessoas que querem encontrar respostas, não com pessoas que não querem encontrar respostas", falou o ex-presidente.
"Trump e os outros réus acusados nesta acusação se recusaram a aceitar que Trump perdeu e, consciente e intencionalmente, se juntaram a uma conspiração para mudar ilegalmente o resultado da eleição em favor de Trump", afirma a acusação.
Nos Estados Unidos, cada estado tem um peso diferente na composição dos votos presidenciais, sendo que a eleição final é feita por um Colégio Eleitoral formado por delegados. Pela tradição, os delegados que participam do Colégio Eleitoral votam no candidato que venceu a eleição em voto popular no estado ao qual representam. São necessários 270 delegados para vencer as eleições. Em 2020, Joe Biden teve 306, enquanto Trump, 232.