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Vídeo invertido é usado para espalhar teoria conspiratória de que Lula foi substituído por sósia

Imagem da visita oficial ao Vietnã foi espelhada para enganar sobre número de dedos do presidente.

Vídeo invertido foi usado para espalhar fake news de que Lula morreu e foi substituído. | Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Um vídeo manipulado da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Vietnã, em março deste ano, foi utilizado para disseminar desinformação nas redes sociais. A gravação foi espelhada digitalmente, o que faz parecer que o presidente possui cinco dedos na mão esquerda — sendo que ele perdeu o dedo mínimo dessa mão em um acidente de trabalho na juventude, quando era operário metalúrgico.

Imagens originais desmentem alegação

O conteúdo foi analisado pela equipe do Comprova, projeto que reúne jornalistas de vários veículos para verificar informações virais. A investigação mostrou que o vídeo original foi gravado durante a cerimônia de boas-vindas no Palácio Presidencial de Hanói, no dia 28 de março, e publicado no Instagram oficial de Lula.

Ao comparar as imagens, nota-se que a versão falsa foi invertida horizontalmente, dando a impressão de que Lula cumprimenta o presidente vietnamita Luong Cuong com a mão esquerda — que aparece com cinco dedos. No vídeo original, esse gesto é feito com a mão direita, que nunca foi afetada.

Vídeo circula com narrativa enganosa

A versão manipulada do vídeo circula no TikTok com a legenda de que o encontro teria ocorrido no Japão, o que é falso. A publicação somava até o fim de abril mais de 2 milhões de visualizações, 20 mil compartilhamentos e 48,3 mil curtidas.

Teoria conspiratória recorrente

A alegação de que Lula teria morrido e sido substituído por um sósia é reincidente em círculos de desinformação nas redes. Em ocasiões anteriores, o Comprova e outras agências de verificação, como Estadão Verifica, Aos Fatos e Agência Mural, já desmentiram boatos semelhantes — alguns deles baseados em montagens, áudios distorcidos ou vídeos adulterados.

No caso mais recente, a tentativa de engano se deu por meio de uma simples inversão de imagem, manipulando a percepção visual do público. O Comprova classificou o conteúdo como falso, por se tratar de uma edição deliberada para enganar.

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