Durante manifestação neste domingo (29), na Avenida Paulista, o pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores da base bolsonarista, usou o palanque montado em um trio elétrico para disparar contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e atacar setores da própria direita. Segundo ele, há uma ala “prostituta e vagabunda” dentro do espectro conservador.
Críticas ao STF e à delação de Mauro Cid
Malafaia chamou Moraes de “ditador” e contestou o andamento das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. De acordo com o pastor, o processo conduzido pelo STF estaria baseado em provas frágeis, como a colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro: “A delação fajuta do coronel Cid sustenta tudo”, disparou ao microfone.
Direita dividida e sem força no Senado
O pastor também mirou críticas ao Senado por não dar andamento a pedidos de impeachment contra ministros do STF. Em sua avaliação, a própria base da direita tem sabotado as iniciativas. “Nós temos uma direita séria e verdadeira, mas grande parte dela é um monte de vagabundo vendilhão. É uma direita prostituta que se vende”, afirmou.
Evento foi convocado por Bolsonaro
O ato foi convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e reuniu milhares de apoiadores, além de aliados políticos e religiosos. Apesar da mobilização menor que eventos anteriores, Malafaia minimizou a adesão e ressaltou o caráter de protesto: “O foco é o STF, é a injustiça, é a perseguição”, disse.
Bolsonaro foi acompanhado por governadores
Bolsonaro chegou a São Paulo no sábado (28) e, no domingo, participou do ato ao lado de quatro governadores alinhados: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC) e Cláudio Castro (RJ). Também marcaram presença dezenas de parlamentares da base bolsonarista.
Sétimo ato desde que deixou a Presidência
Esta foi a sétima manifestação organizada por Bolsonaro desde o fim do seu mandato. A narrativa central do protesto deixou de ser a anistia aos condenados por 8 de janeiro para adotar o lema “Justiça já”, com foco na delação de Mauro Cid e nas consequências jurídicas que ameaçam o ex-presidente, incluindo possível inelegibilidade ou prisão.