O grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao Brasil na sexta-feira (24) algemado e acorrentado, relatando conflitos com agentes norte-americanos durante o voo. Segundo os deportados, os agentes fizeram comentários ameaçadores, como: “Que se dane o seu governo. Se a gente quiser, fecha a porta da aeronave, desce a gente e mata vocês”.
Chegada ao Brasil e intervenção do governo
Os deportados chegaram a Manaus algemados e foram soltos por policiais federais brasileiros, por ordem do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O voo, que inicialmente seguiria para Belo Horizonte, precisou pousar em Manaus para abastecimento, mas problemas técnicos impediram a continuação da viagem. A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou os deportados de Manaus para Confins (MG), por determinação do presidente Lula (PT).
Dos 158 passageiros de várias nacionalidades, 88 eram brasileiros, segundo fontes do Itamaraty. Carlos Vínicius de Jesus, um dos deportados, relatou: “É triste, porque veio família, crianças. Os americanos são hipócritas, porque eles mesmos falaram ‘que se dane o seu governo’”. Ele também expressou alívio ao chegar ao Brasil: “Eu me sinto aliviado, porque cheguei com vida”.
Denúncias de abusos e histórico de deportações
Os brasileiros denunciaram abusos sofridos durante o voo, incluindo tratamento desumano e ameaças. O Ministério da Justiça classificou o episódio como “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”.
Este é o segundo voo de deportados dos EUA ao Brasil em 2024, após um voo em 10 de janeiro, ainda na gestão Biden. Deportações de brasileiros têm ocorrido com regularidade desde o governo de Michel Temer (MDB).
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