O vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), está sendo investigado por suspeita de injúria racial. O caso ocorreu no último domingo (23), após a partida entre Palmeiras e Mirassol, disputada no Estádio José Maria de Campos Maia, na última rodada da fase inicial do Campeonato Paulista.
Registros em vídeo
Em imagens captadas pela TV Globo, Marcondes aparece xingando um segurança do Palmeiras de "lixo". Momentos depois, já de costas para a câmera, é possível ouvir a expressão "macaco velho". Logo após a fala, um dos seguranças presentes reage: "racismo, não".
Testemunhas e repercussão
O diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, também foi registrado no vídeo, apontando que havia várias testemunhas do ocorrido. "Está todo mundo de testemunha que foi o vice-prefeito. Vocês vão ter que mostrar e vai ser todo mundo testemunha. Se ele chamou o cara de macaco, ele vai ser denunciado", afirmou.
Boletim de ocorrência registrado
O segurança envolvido no caso procurou a delegacia de Mirassol e registrou um boletim de ocorrência. No depoimento, relatou que estava na área do estacionamento destinada aos ônibus das equipes, quando pediu que o filho do vice-prefeito se retirasse do local. Segundo ele, Marcondes questionou sua atitude e, ao receber a resposta de que estava apenas cumprindo sua função, teria iniciado as ofensas. O vice-prefeito deixou o estádio logo em seguida.
Clubes se posicionam
O Palmeiras divulgou nota oficial informando que não tolera nenhum tipo de discriminação e que tomaria as providências necessárias. O Mirassol também repudiou o ocorrido e se manifestou a favor da punição rigorosa caso seja comprovada a prática de racismo ou injúria racial.
A intolerância e o preconceito não têm lugar em nossa sociedade, e é inaceitável que atos dessa natureza possam ocorrer. Defendemos que as denúncias sejam apuradas e, caso comprovado qualquer ato de racismo ou injúria racial, que seja punido com os rigores da lei.
Crime e penalidade
O caso foi enquadrado no artigo de "Preconceitos de Raça ou de Cor", que tipifica a injúria racial como ofensa direcionada a uma pessoa em razão de sua raça, cor, etnia ou procedência nacional. Caso a denúncia se confirme, a legislação prevê pena de reclusão de dois a cinco anos.