O Ministério Público denunciou o vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), acusado de chamar um segurança do Palmeiras de “macaco” após uma partida em Mirassol, em fevereiro deste ano. Além da condenação, o promotor José Sílvio Codogno pediu à Justiça a perda do mandato e o pagamento de multa equivalente a, no mínimo, 50 salários mínimos.
Imagens e testemunhas reforçam acusação
Em vídeo gravado pela TV TEM, Marcondes aparece chamando o funcionário de “lixo”. Logo depois, é possível ouvir um grito ao fundo e, em seguida, um dos seguranças reage dizendo: “Racismo, não”. O documento enviado pelo MP afirma que há testemunhas que confirmam as ofensas raciais. Para o promotor, o episódio configura crime de racismo, considerado inafiançável e imprescritível.
Laudos divergentes e perícias contestadas
O caso é marcado por laudos contraditórios. O Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu que Marcondes teria dito “paca véa” e não “macaco”. Porém, um laudo particular solicitado pelo Palmeiras apontou que o político realmente proferiu termo racista. A Polícia Civil chegou a solicitar uma contraprova, mas o resultado reafirmou a primeira versão. Ainda assim, o delegado responsável observou que é “praticamente impossível não reconhecer audivelmente as palavras de cunho racista”.
Defesa critica denúncia
O advogado de Marcondes, Edlênio Xavier, afirmou que a acusação desconsidera provas técnicas. “Ignora o laudo oficial, invoca testemunhas sem dizer o que viram, acolhe como prova relatório de inteligência artificial e ainda ousa arrolar testemunha do juízo. Realmente, estranhos tempos”, declarou em nota. Até a última atualização, o Palmeiras não havia se manifestado sobre o caso.
Licenças e retorno ao cargo
Durante as investigações, Marcondes se afastou do cargo de vice-prefeito por três vezes e também pediu exoneração do comando da Secretaria de Obras. Em maio, reassumiu a função na pasta, mesmo com o processo em andamento.