O vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (CE), classificou há pouco de "conversa para boi dormir" a justificativa dada pelo presidente do PTB, Benito Gama, para o desembarque da sigla da aliança para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
O PTB, que apoiou o governo no primeiro mandato de Dilma, deve anunciar hoje apoio ao candidato do PSDB, senador Aécio Neves, à presidência da República. Ao Estado de S. Paulo, Gama disse que divergências em acordos estaduais com o PT, como em Roraima, Acre, Piauí e Bahía, levaram o PTB a deixar o projeto nacional da presidente Dilma.
"Acho que é conversa para boi dormir. Não é problema nos Estados, isso todo mundo tem", disse Guimarães ao chegar à convenção nacional do PT que oficializa hoje a candidatura de Dilma.
Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), avaliou que a perda do PTB - "se confirmada" - embora ruim "não é o fim do mundo". "Chama atenção para termos mais cuidado com os outros aliados", disse.
Apesar de a justificativa oficial ser problemas nos Estados, a cúpula do PTB estava descontente por não ter conseguido emplacar um posto no primeiro escalão na reforma ministerial deste ano e de não ter conseguido confirmar o líder do partido no Senado, Gim Argello (DF), no Tribunal de Contas da União (TCU).
O secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela (DF), disse que o governo não tem "nenhuma responsabilidade" pela indicação de Gim ao TCU não ter prosperado. "A responsabilidade foi dele. Foi um processo (de Argello) de tentar forçar a barra".