O vereador de São Paulo Eduardo Tuma (PSDB), citado em uma gravação como beneficiário de um suposto esquema de corrupção na concessão de alvarás de funcionamento a comércios da capital, informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter tirado do próprio bolso R$ 672 mil para investir em sua campanha de reeleição.
O valor, declarado como proveniente de "recursos próprios", é disparado o maior desembolsado por parlamentares ou candidatos da capital paulista até o dia da votação. De acordo com a prestação de contas do TSE, o segundo que mais investiu em si mesmo foi Rodrigo Goulart, filho do deputado federal Antônio Goulart, que afirmou ter colocado R$ 454 mil em sua campanha.
O maior financiador da campanha de Tuma é, portanto, o próprio vereador. Do total de R$ 1,057 milhão arrecadado em sua candidatura, cerca de 63% foram depositados por ele mesmo. O restante foi recolhido por meio de fundo partidário e doações de outras pessoas físicas, principalmente de advogados e profissionais de Direito, curso em que é formado.
Os investimentos na campanha deram resultado. Tuma foi reeleito no último domingo (2) com expressivos 70.273 votos - mais do que o dobro do que havia recebido em 2012, quando se elegeu para seu primeiro mandato. O número de votos obtidos em 2016 só foi superado por outros cinco, dos 1.314 candidatos às cadeiras da Câmara: Eduardo Suplicy (PT), Milton Leite (DEM), Tripoli (PV) e os correligionários Conte Lopes e Mario Covas Neto.
Tuma afirmou em nota que obedece a legislação e que a regra autoriza que os candidatos financiem a própria campanha. O parlamentar de 35 anos, sobrinho do senador Romeu Tuma, apresentou à Justiça Eleitoral declaração de bens com valor total de pouco mais de R$ 2 milhões.