O vereador Carlos Roberto Dias (União Brasil), conhecido como ‘Gato da Corrida’, decidiu renunciar ao mandato na Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí (MG). A saída ocorre enquanto o parlamentar é alvo de investigação da Polícia Civil, após admitir, em vídeo publicado nas redes sociais, que teria colocado laxante na água de um colega durante sessão legislativa.
Carta lida em plenário
A renúncia foi oficializada durante a sessão ordinária da Câmara, na noite de terça-feira (17), quando o vereador Miguel Caputo, primeiro-secretário da Mesa Diretora, fez a leitura da carta enviada por Carlos Roberto. No documento, o ex-parlamentar justifica a decisão alegando que "não encontra segurança jurídica na Casa Legislativa", além de criticar o andamento do processo disciplinar: "a comissão de ética estaria promovendo um show midiático", escreveu.
Entenda o caso
O episódio teve início no final de maio, quando o vereador Benedito Raimundo Ribeiro (PL) reclamou, durante uma sessão, que a água fornecida pela Câmara estava com gosto alterado. Segundo o regimento interno, os parlamentares recebem água em copos descartáveis, limitados a dois por sessão.
Dias depois, o próprio Carlos Roberto publicou um vídeo de quase cinco minutos, no qual confessou ter colocado laxante no copo do colega. Ele afirmou que a intenção era provocar a saída de Benedito da reunião: "Queria tirar o colega da reunião, para que ele parasse de encher o saco", disse no vídeo.
Câmara e polícia apuram o ocorrido
A denúncia levou a presidência da Câmara a instaurar uma sindicância interna e acionou também a Comissão de Ética, que passou a ouvir testemunhas. Paralelamente, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar possíveis crimes cometidos. O caso mobilizou a opinião pública e causou repercussão nas redes sociais.
Consequências e substituição
De acordo com o regimento da Câmara, o mandato de Carlos Roberto poderia ser cassado caso dois terços dos vereadores votassem a favor do parecer da comissão. Com a renúncia formalizada, o processo interno será encerrado e, segundo o Departamento Jurídico da Casa, o suplente deve ser convocado para assumir a cadeira.