Vereador mais votado é acusado de matar suspeito de assalto com seis tiros

Salazar foi o vereador mais votado de Manaus, no Amazonas, na eleição passada. Ele é parlamentar pelo PL.

Salazar foi formalmente denunciado. | REPRODUÇÃO
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Alexandre da Silva Salazar (PL), vereador mais votado de Manaus com 22.594 votos, enfrenta uma denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por homicídio. O promotor Leonardo Tupinambá do Valle apresentou a acusação em 14 de outubro, poucos dias após Salazar ser eleito, apontando que ele matou a tiros um suspeito de roubo em junho de 2019.

Ação policial fora de serviço

Segundo a denúncia, Salazar, que é sargento da Polícia Militar, estava de folga quando presenciou dois homens roubando uma mulher em um ponto de ônibus na Avenida Max Teixeira, zona norte de Manaus. A dupla utilizava uma motocicleta roubada. Salazar perseguiu os suspeitos, colidiu seu carro contra a moto e, em seguida, disparou contra eles enquanto tentavam fugir.

Vídeos contradizem versão do vereador

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o carro conduzido por Salazar atinge a motocicleta, lançando os suspeitos ao chão. Após o impacto, os homens se levantam e tentam fugir a pé. O vereador desce do carro, corre atrás deles e efetua disparos. Contudo, a suposta troca de tiros relatada por Salazar não foi capturada nas imagens.

Salazar defende sua conduta

Ao ser questionado sobre o episódio, Salazar afirmou ter agido para proteger a mulher assaltada e alegou que os suspeitos atiraram primeiro.

“Eles roubaram a bolsa dessa senhora. Eu vinha passando na hora e eles, com a arma na cabeça de uma senhora. E eu fui pra recuperar a bolsa dela e eles botaram pra cima de mim. Eu reagi, houve uma troca de tiro. E é por isso que estão me denunciando, mas faz parte. Isso daí é o crime contra a vida. Eu já respondi outros e fui absolvido nos outros”, declarou ao jornal Amazonas ATUAL.

Inconsistências na investigação

O MP-AM informou que Felipe Kevin de Oliveira Costa, de 27 anos, morreu durante a ação, enquanto o outro suspeito conseguiu fugir. A investigação, entretanto, aponta que Felipe Kevin não estava armado, fato corroborado pela ausência de armas no local e pelo relato da vítima, que afirmou que ele não era o assaltante que havia tomado sua bolsa.

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