O governo de Nicolás Maduro criticou novamente o Brasil neste sábado (2), acusando-o de "agressão descarada" contra o presidente venezuelano e de promover uma "campanha que viola os princípios" da ONU.
Em comunicado postado pelo chanceler Yván Gil Pinto, o governo da Venezuela afirmou que o Itamaraty interfere na "soberania e autodeterminação dos povos", violando até mesmo a Constituição brasileira ao interferir em assuntos internos.
"O governo Bolivariano exorta, mais uma vez, a burocracia do Itamaraty a desistir de se imiscuir em assuntos que dizem respeito apenas aos venezuelanos, evitando deteriorar as relações diplomáticas entre ambos os países, para o que devem adotar uma conduta profissional e diplomática respeitosa, tal como demonstrou a Venezuela por meio de sua política externa", diz trecho do texto.
Na quinta-feira (31), a polícia venezuelana divulgou uma imagem da bandeira do Brasil com a frase "Quem se mete com a Venezuela se dá mal" e a silhueta de um homem que lembra o presidente Lula, mas com o rosto escurecido. Em resposta, o governo brasileiro classificou as declarações de Nicolás Maduro contra Lula, diplomatas e assessores do Planalto como de "tom ofensivo."
CRISE ENTRE LULA E MADURO
Recebido por Lula com honras de chefe de Estado em maio de 2023, Maduro iniciou uma ofensiva contra o Brasil nos últimos meses. Nesta semana, a Venezuela agravou a crise ao convocar seu embaixador no Brasil e acusar Celso Amorim, assessor da Presidência, de ser "mensageiro do imperialismo norte-americano".
A tensão aumentou quando o Brasil não reconheceu a reeleição de Maduro em julho e se opôs à entrada da Venezuela no Brics. Em resposta, o governo venezuelano publicou um comunicado criticando o Brasil e comparando as políticas de Lula às de Bolsonaro, acusando o Itamaraty de promover "ódio e exclusão" em linha com o Ocidente.