Uma lista com 10 servidores que aparecem em imagens de circuito interno dentro do Palácio do Planalto durante a invasão golpista de 8 de janeiro foi enviada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao ministro Alexandre de Moraes, do do Supremo Tribunal Federal (STF).
As imagens mostram os servidores do GSI conversando com extremistas, entregando água aos invasores e sinalizando caminhos por onde andar no Palácio.
As investigações ainda vão apontar se os servidores que aparecem tiveram ou não alguma participação na invasão do Planalto. Não há, nas informações enviados ao STF pelo GSI, nenhum registro de conduta específica dos servidores.
Veja a lista enviada pelo GSI ao STF:
General Marco Edson Gonçalves Dias
Gonçalves Dias foi demitido na quarta-feira após a divulgação das primeiras imagens de câmeras de segurança no lobby do gabinete do presidente Lula no dia em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Dias foi um dos homens de confiança do petista, tendo sido responsável pela segurança de Lula nos dois mandatos presidenciais anteriores. Também foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira
Natale foi o servidor do GSI filmado entregando garrafas de água aos invasores do Planalto que estavam no saguão em frente ao gabinete do presidente Lula. Ele atuava como coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais e estava trabalhando no Palácio do Planalto no domingo. Em janeiro, Pereira chegou a depor à Polícia Federal como testemunha. Ele foi exonerado em 03 de fevereiro.
General do Exército Carlos Feitosa Rodrigues
Foi comandante da 16ª brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, no Amazonas. Em 2021 foi nomeado por Jair Bolsonaro para assumir o cargo de secretário de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI. Em 23 de janeiro foi transferido para a Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal e com isso deixou o cargo no GSI.
Coronel do Exército Wanderli Baptista da Silva Júnior
Atuava como diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI. Em 2005 comandou a Operação Pacajá, para controlar a situação da região Anapu, no Pará, após o assassinato da freira Dorothy Stang. Foi nomeado coordenador-geral de Operações de Segurança Presidencial do Departamento de Segurança Presidencial da Secretaria de Segurança e coordenação Presidencial do GSI em maio de 2022 e passou a ser diretor-adjunto do GSI no final do governo Bolsonaro, em 16 de dezembro. Foi exonerado do GSI em 31 de março deste ano.
Coronel do Exército Alexandre Santos de Amorim
É coordenador de Avaliação de Riscos do GSI. Passou a integrar o Gabinete de Segurança no governo Lula, em 2 de janeiro. Em depoimento à PF, o general Dias afirmou que Amorim foi o responsável por classificar o evento do dia 8 de janeiro como de "risco laranja".
Coronel do Exército André Luiz Garcia Furtado
É coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI desde abril de 2020. Foi nomeado diretamente pelo então chefe da pasta, general Augusto Heleno.
Tenente-Coronel do Exército Alex Marcos Barbosa Santos
É coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações. Está no GSI desde agosto de 2019, também nomeado pelo ex-ministro general Augusto Heleno.
Capitão do Exército Adilson Rodrigues da Silva
É auxiliar da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI, também foi nomeado em 1º de janeiro de 2023.
Sargento da Aeronáutica Laércio da Costa Júnior
É encarregado de Segurança de Instalações do Palácio do Planalto. Está no Gabinete de Segurança da presidência desde outubro de 2020.