O recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou seu mandato com um discurso marcado por tom protecionista e imperialista, sem acenos de reconciliação com seus adversários.
Logo no primeiro dia de trabalho, na segunda-feira (20), o republicano assinou diversas ordens executivas, incluindo a declaração de emergência na fronteira com o México e a saída dos EUA do Acordo de Paris, ações com impacto global.
AGRO
- Especialistas avaliam que o retorno de Trump pode favorecer o aumento das exportações brasileiras de soja, milho e carne.
- O republicano anunciou que pretende elevar tarifas de importação, especialmente para a China.
- Caso a China reaja taxando produtos agrícolas dos EUA, o Brasil poderia ampliar suas vendas para o mercado chinês, cenário já observado no primeiro mandato de Trump.
- No entanto, a política protecionista de Trump, com tarifas de 10% a 20% sobre importações, pode impactar negativamente exportadores brasileiros e outros parceiros comerciais dos EUA.
VISTO DE ESTUDANTE
- Até o momento, as medidas anunciadas por Trump durante sua posse não alteram a situação de estudantes já matriculados em universidades americanas ou daqueles que planejam solicitar visto para estudar nos EUA.
- Contudo, a comunidade acadêmica permanece em alerta devido ao histórico do republicano.
- Durante seu primeiro mandato, Trump proibiu a entrada de cidadãos de sete países predominantemente muçulmanos (Iraque, Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália e Iêmen), além da Coreia do Norte e Venezuela.
- Também houve maior rigor na emissão de vistos, afetando diversas categorias de entrada nos EUA.
DÓLAR MAIS FORTE
- Especialistas apontam para um possível fortalecimento do dólar em 2025.
- O Federal Reserve (Fed) deve manter as taxas de juros altas, aumentando a atratividade dos títulos públicos americanos.
- Com isso, investidores direcionam recursos para os EUA, valorizando o dólar frente a outras moedas.
- O boletim Focus, do Banco Central, projeta que o dólar deve permanecer em torno de R$ 6 até o final de 2025.
- Para a bolsa brasileira, o cenário é desafiador.
- Segundo André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, investidores brasileiros tendem a migrar do mercado de ações para títulos de renda fixa em um contexto como esse.
NACIONALIDADE AMERICANA
- No dia da posse, Trump assinou uma ordem executiva que busca impedir que crianças nascidas nos EUA recebam cidadania se seus pais não tiverem residência legal no país.
- A medida impactaria brasileiros vivendo ilegalmente nos EUA, bem como residentes temporários e turistas que viajam para dar à luz em hospitais americanos.
- Juristas apontam que a implementação dessa medida seria difícil, pois o direito à cidadania por nascimento é garantido pela Constituição dos EUA.
- Para revogar esse direito, seria necessário mais do que uma ordem executiva: seria preciso o apoio de 2/3 do Congresso e 3/4 dos Estados americanos.
SAÚDE
- No início de seu segundo mandato, Trump ordenou a suspensão de futuras transferências de fundos, apoio ou recursos dos EUA para a OMS.
- A medida tem impacto limitado para o Brasil, já que a OMS conta com diversas fontes de financiamento.
- Embora os EUA sejam o maior doador, a organização também recebe contribuições expressivas de outros países e entidades.
MEIO AMBIENTE
- Trump anunciou novamente a saída dos EUA do Acordo de Paris, repetindo sua alegação de que o acordo prejudica a economia americana.
- A decisão é prejudicial ao Brasil e ao mundo, dado que os EUA são um dos maiores poluidores do planeta.
- Na COP30, são esperadas decisões significativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e a participação dos EUA é considerada crucial nesse processo.
TECNOLOGIA E REDES SOCIAIS
- As expectativas para o novo mandato de Trump indicam menos moderação de conteúdo nas redes sociais, como X, Instagram e Facebook, o que pode impactar usuários globalmente, incluindo brasileiros.
- As principais big techs estão sinalizando a intenção de se aproximar do novo governo, tendo destaque na posse de Trump.
- Mark Zuckerberg, CEO da Meta (Facebook, WhatsApp e Instagram), anunciou mudanças na moderação de conteúdo e defendeu a volta à "liberdade de expressão", colaborando com Trump para combater o que considerou "censura" de outros países contra empresas americanas.
- Especialistas também preveem um possível afrouxamento na regulamentação da Inteligência Artificial.
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