O candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, foi entrevistado nesta quinta-feira (12) pelo Jornal Nacional. Nesta semana, o JN exibiu entrevistas com Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB). Plínio conversou no Rio de Janeiro com o repórter Tonico Ferreira. Ele falou sobre seus planos de governo. Mas, antes, fez uma reclamação: "Eu sou um viajante de avião de classe econômica. Sempre fui. Nunca reclamei. Mas agora eu preciso fazer uma reclamação na Globo. A Globo inventou para o debate presidencial a classe executiva, com os candidatos chapa branca. E a classe que não tem a bancada, que não tem os 12 minutos, para o candidato do PSOL. Essa reclamação você leva lá". O Jornal Nacional informou que o critério da TV Globo foi entrevistar, na bancada dos telejornais, em 12 minutos, os candidatos de partidos com representação na Câmara que tenham ao menos 3% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, sem considerar a margem de erro. Na última pesquisa divulgada, do Ibope, Plínio não pontuou. Nas próximas, se o desempenho do candidato atender ao critério, ele será convidado para entrevistas nas bancadas do Bom Dia Brasil e do Jornal da Globo. Acima, veja na íntegra, em vídeo, a entrevista. Abaixo, leia a transcrição das perguntas e respostas. Tonico Ferreira: O senhor é o candidato socialista que propõe medidas drásticas. Vou citar duas delas: a defesa da ocupação de terras no campo e na cidade e a suspensão do pagamento da dívida do estado brasileiro, um calote na dívida. São medidas de difícil implantação sem mudança de regime. A sua proposta é mudar o regime social e econômico do país? Plínio de Arruda Sampaio: Ocupação de terra não é crime. Ocupação de terra é diferente de invasão de terra. Ocupação de terra, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu, não é nem crime de esbulho possessório nem crime de formação de quadrilha. O que que ele é? Ele é um apelo a uma sociedade insensível, insensível a respeito da necessidade que a população tem de poder ter terra para poder viver. A população rural não pode viver sem isso. De modo que é justo e eu faço. E estou de acordo e estarei sempre de acordo. Segundo, calote na dívida, Tonico. Quem dá calote... É a burguesia que dá calote no povo. O calote da dívida, por exemplo, dos funcionários públicos. Quando não faz o reajuste e depois isso muda o contrato. E ninguém fala nada. Agora, quando é para ser do banqueiro, aí é um negócio bárbaro. Quer mudar o regime... Tonico Ferreira: Mas o que vai acontecer com as pessoas que têm lá sua poupança, que estão com seu dinheiro lá dentro dos títulos do governo e numa medida dessa que tudo vira pó? Plínio de Arruda Sampaio: Mas nós não estamos propondo isso. Nós estamos propondo uma auditoria na dívida. Tonico Ferreira: Mas a suspensão do pagamento. Plínio de Arruda Sampaio: Não, auditoria da dívida sem suspensão do pagamento. Tonico Ferreira: Não. Está lá no artigo um do seu programa de governo. Plínio de Arruda Sampaio: Depois suspende o pagamento, mas primeiro nós vamos auditar. Auditar e suspender o pagamento também não precisa ser de todos. Pode ser de uma categoria, os grandes devedores, não os pequenos devedores. Tonico Ferreira: Mas vai levar uma insegurança dos investidores, mesmo os pequenos investidores. Plínio de Arruda Sampaio: Não. Os pequenos não terão discussão nenhuma, porque eles estarão garantidos. Eles não terão dificuldade. Os grandões, os grandões... É um problema. Nós vamos enfrentar. Não, não tem problema nenhum. O que nós não podemos é pagar uma dívida que já foi paga. O Getúlio, em 31, fez uma vistoria na dívida externa. Caiu 50%. Agora, a nossa assessora... Tonico Ferreira: Mas o senhor não tem medo de desorganizar a economia do país? Plínio de Arruda Sampaio: Olha, desorganizar a economia do país é uma questão de governo. Se o governo puder, ele não deixa. O governo que tem força não desorganiza a economia. Tonico Ferreira: Vamos terminar a entrevista com uma mensagem do senhor aos eleitores brasileiros. Plínio de Arruda Sampaio: A mensagem é a seguinte: a desigualdade precisa terminar. Não pode seguir esse país desigual como se encontra. Entre os mais ricos e os mais pobres, a diferença é de 40 vezes. Isso é um escândalo. Isso é uma coisa que nós não podemos aceitar em hipótese nenhuma. Então, a ideia toda é essa.
Veja entrevista de Plínio para Jornal Nacional
Plínio conversou no Rio de Janeiro com o repórter Tonico Ferreira.
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