Veja 7 pontos para entender a investigação sobre espionagem de autoridades

A operação levanta questões sobre o uso indevido de órgãos de inteligência e sua instrumentalização para fins políticos durante o governo Bolsonaro

Operação Vigilância Aproximada | Montagem/MeioNorte
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A Polícia Federal (PF) conduziu a operação "Vigilância Aproximada" que expôs a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sendo potencialmente "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades, incluindo desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Bolsonaro e atual deputado federal, foi alvo da operação na quinta-feira (25).

As apurações indicam que a Abin teria utilizado indevidamente o software "First Mile", uma ferramenta de geolocalização que rastreia movimentações por meio de celulares. A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, revelou serviços de "contrainteligência ilícitos" conduzidos sob a direção de Ramagem.

Principais pontos da operação

  1. 1. Decisão de Alexandre de Moraes:

A operação foi autorizada pelo ministro Moraes, que destacou a realização de serviços ilícitos de contrainteligência sob a direção de Ramagem. A Abin teria sido usada para espionagem ilegal em favor da família de Bolsonaro.

  1. 2. Buscas e apreensões:

A PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em endereços suspeitos em Brasília, Juiz de Fora, São João del Rei e Rio de Janeiro. Ramagem era o principal alvo, com buscas em seu gabinete e apartamento funcional. Objetos da Abin, incluindo notebook e celular, foram apreendidos.

  1. 3. Autoridades espionadas:

Joice Hasselmann, ex-aliada de Bolsonaro, e Rodrigo Maia (PSDB-RJ), ex-presidente da Câmara, foram alvos de espionagem. Um servidor da Abin teria sido flagrado pilotando um drone próximo à residência do ex-governador do Ceará, Camilo Santana.

  1. 4. Celulares espionados:

Cerca de 1,5 mil números de telefone foram espionados, totalizando 60 mil acessos. O software "First Mile" teria sido utilizado para monitorar ilegalmente a localização de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes.

  1. 5. Caso Marielle Franco:

A Abin é acusada de espionar ilegalmente Simone Sibilio, ex-coordenadora da força-tarefa do MP-RJ que investigou as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. Documentos produzidos pela Abin seriam similares a relatórios apócrifos usados na estrutura de espionagem do governo Bolsonaro.

  1. 6. Entrevista de Ramagem:

Em entrevista, Ramagem negou acesso às senhas do "First Mile" e afirmou que os objetos apreendidos eram antigos e sem utilização. Ele também mostrou surpresa com a suspeita de espionagem a Simone Sibilio.

  1. 7. Colaboração da Abin:

A Abin afirmou colaborar com as investigações nos últimos 10 meses, sendo a maior interessada em esclarecer ilícitos. A atual gestão da Abin, nomeada pelo presidente Lula, foi acusada de dificultar o acesso a dados relevantes para as investigações.

A operação levanta questões sobre o uso indevido de órgãos de inteligência e sua instrumentalização para fins políticos durante o governo Bolsonaro. O caso destaca a necessidade de esclarecimentos e a responsabilização dos envolvidos. A Abin continua colaborando com as investigações para esclarecer eventuais ilícitos.

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